Longe de sentir o amor que tentei sugerir todo o tempo, senti apenas
tédio. Olhei teu rosto, vi tuas lágrimas e não senti nada. Não menti,
admiti a verdade: não te amo mais. Não te amava mais há muito tempo. Não
pude esconder nada, naquele momento. Acuse-me de tudo, menos de ser
insincera. Pudeste ler tudo em meu rosto e, ao perceberes minha
expressão indiferente, terminaste indo-te embora. E eu, que não te amo,
permaneci ali.
De longe, te vi lamber as feridas e tentar superar a dor. Aquela que tu
sentiste e foi ínfima demais para me alcançar. A que surge quando o amor
acaba, pondo fim a promessas e expectativas, planos e "felizes para
sempre". A causadora da lágrima que cutucou o meu ombro, disse "adeus" e
caiu aos meus pés.
Naquela despedida, eu estava distante. Sabia que me amavas e eu te
feria. E de onde estava, só queria que tudo acabasse logo e me deixasse
só, com meus pensamentos. Não tardou, tive meu desejo satisfeito: fiquei
completamente sozinha, eu e meu coração de pedra.
E eu, que não mais te amava, chorei.
"And in her eyes, you see nothing
No sign of love behind the tears cried for no one"
--
Essa é uma postagem do tema 251. Seu primeiro término do projeto 642 coisas sobre as quais escrever.
Texto escrito em 2010.
Essa é uma postagem do tema 251. Seu primeiro término do projeto 642 coisas sobre as quais escrever.
Texto escrito em 2010.
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