quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Opinião

O problema não é as pessoas discordarem de mim. É as pessoas dizerem absurdos baseados em preconceitos, xingarem até a sua mãe e acharem que estão certas. Tem hora que discutir é inútil, de tão absurda que seria a discussão; ao mesmo tempo em que a coisa toda é tão absurda que você não consegue ficar calada. Aí a gente até tenta não ser chata, mas não tem jeito. Pago até de arrogante, se for necessário.

Gostaria, às vezes, de estar alheia a tudo. Talvez sair do facebook, das redes sociais, não ler as notícias, nem os comentários. Os comentários são os piores. Não ligo de ter opinião diferente. Perco tempo me informando para poder ter essas opiniões. Perco tempo para ser a pessoa que eu sou, perco tempo estudando e me especializando para ter a formação que eu tenho. Acho que todo mundo perde esse tempo com o que quer que seja, se quiser ser alguma coisa na vida. Então não me peçam para ser alguma coisa que eu não sou, ou que dê alguma informação que eu não acredito. Se me perguntam, eu dou meu preço. O preço define o que eu penso de mim e da pessoa que me tornei. Pague, se quiser. Ou se despeça e vá embora.

Eis que a minha resolução de não entrar em discussões inúteis falha. Mas, nesse caso, não ligo.


Imagem: GettyImages

sábado, 17 de agosto de 2013

Resenha: 1933 foi um ano ruim

No início, achei que este livro era igual ao Vinho da Juventude, ou ao Espere a Primavera, Bandini, e fiquei meio abusada para ler. Afinal, já tinha lido dois livros sobre a infância de Fante, disfarçados de ficção ou não, e meio que cansei das mesmas histórias. Pobreza, casebre humilde, pai pedreiro, mãe cansada e maltratada pela vida, família italiana, colégio católico, freiras, um menino, muitos irmãos, um sonho, inverno. Às vezes, acho que a infância inteira de Fante se passou no inverno.

Como estava sem paciência, deixei o livro encostado e fui ler outras coisas, até tomar coragem e recomeçar. E descobri que tudo o que eu achava que seria o livro era aquilo mesmo. Mas eu não me importava. Porque aquilo era Fante. Foi a escrita dele o que, primeiramente, me fez gostar dele de cara, nos outros livros que eu li antes. Fante desce fácil. Era isso que eu tinha esquecido; o quanto, mesmo com a mesma temática, eu adorava a verdade das palavras dele. O quanto ele sentia aquelas palavras.


Depois de reclamar, dar chilique e abandonar o livro por dois meses, acabei começando de novo e lendo em poucas horas. E ele é o cara. Não é à toa que Bukowski era fã dele.

domingo, 11 de agosto de 2013

Resenha: O Oceano no fim do caminho

Faz muito tempo que leio os livros de Gaiman só porque são de Gaiman. Este livro, em particular, depois de conhecer tanto as obras do autor, terminei lendo sem nem procurar saber de nada, sem ler resenhas, críticas, comentários; nem mesmo a sinopse eu li. Apenas comprei e comecei a ler. E acho que Gaiman só fica ainda melhor com o tempo. Somente um dos melhores livros da minha vida.

Este livro é a história de um homem, que chega a um lugar muito importante da sua infância, à beira de um lago, e este lugar começa a lhe trazer lembranças, que começaram com a morte de um inquilino que alugava o sótão da sua antiga casa. E essas lembranças começam a sair da normalidade que a gente conhece e entram num mundo diferente e totalmente inacreditável. E ele fica sem saber se tudo que ele está lembrando são mesmo lembranças ou apenas fantasias.

E... não dá mais pra contar nada sem ser spoiler. Então, vou fazer algumas considerações aleatórias minhas:

1. O homem, o narrador — que é um menino quando narra as lembranças do passado —, seu nome jamais é mencionado em nenhuma parte da história. O que é bem curioso e dá margem a algumas divagações. 
2. Em todas as histórias de Gaiman em que gatos aparecem, eles são sempre seres incomuns, sobrenaturais, super-heróis ou coisa assim. São sempre os melhores. 
3. Algo nessa história lembrou Coraline. Gaiman tem uma coisa com vilões desconcertantes. 
4. Eu disse ao meu namorado que imaginava o final da história, quando ainda estava lendo. Mas me enganei. 
5. Muita gente reclama do pouco que Gaiman explora os seus mundos fantásticos, mas eu discordo. Já ouvi essa crítica à Londres de Baixo, do livro Lugar Nenhum. Acho que é o jeito dele, bastante peculiar, de tratar todas as coisas estranhas que ele cria como normais. Sem explicar muito e deixar a cargo da imaginação. 
6. Vi gente dizer que não entendeu o livro. Isso é sério?

sábado, 3 de agosto de 2013

Auto-estima


Acho que o pior de tudo é essa baixa auto-estima que se instalou por aqui, ultimamente. É muito fácil sair das situações difíceis quando você acredita em si mesmo, quando tem consciência do seu valor. Mas, a partir do momento em que perde a fé em si, perde até as palavras.

Talvez eu nunca tenha sido uma pessoa de grande auto-estima. Talvez sempre tenha tirado força das pessoas ao meu redor. Ou talvez seja apenas uma fase. Uma fase bem ruim.

Imagem: GettyImages