sábado, 24 de janeiro de 2015

Coisas para fazer em 2015

Desde que escrevi a retrospectiva de 2014 que eu venho pensando nas coisas que pretendo fazer em 2015. Como o final de 2014 foi uma época de muitas mudanças, penso que 2015 será mais um ano de "estabilização" dessas mudanças, não de mais mudanças, como todo mundo vem falando. É um paralelo que eu faço com meus tratamentos ortodônticos (sou ortodontista na "vida real"): de fazer uma movimentação em um mês e no outro apenas estabilizar, para as raízes dos dentes acostumarem com a agressão e não sofrerem muito, falando de maneira bem grosseira. Tem dado certo. Mas isso é só uma impressão; não é como se a gente pudesse viver planejando a vida como planeja um tratamento ortodôntico.

Das coisas que pretendo fazer em 2015, grande parte delas é "manter", mas também existem algumas mudanças:

1. Fazer um Desafio Literário
Que já comecei, o Desafio Literário do Tigre de 2015. O desafio mesmo é cumprir ele todo.

2. Colocar aparelho de novo
Sabe como é, dentista é perfeccionista demais e, além disso, eu estou planejando colocar o aparelho de safira desde que soube que existia, antes mesmo de terminar a especialização. Não devo passar muito tempo de aparelho de novo, porém. Acho que menos de um ano.

3. Estudar
Quando você começa a trabalhar, às vezes esquece que tem que viver se atualizando. Fora que já soube de uns dois concursos para dentista que vão sair este ano e tenho que revisar um monte de assunto.

4. Modificar o layout do blog
Nem que seja só ajustar tamanhos. Mas queria também mudar a imagem do banner, que já está aí há muito tempo. Cansei.

5. Tirar sempre pelo menos uma foto por evento
Antigamente, eu vivia fotografando tudo na vida. Desde que me formei, parei de fotografar, porque não tinha muito o que fazer com as fotos. Mas termina que você sente falta de ter alguns registros. Então, me comprometi a fotografar pelo menos sempre que encontrar amigos ou fizer alguma coisa diferente. Talvez faça um álbum no final do ano.

6. Fazer festa de 30 anos
Pois é, já vou fazer 30 e essa data não pode passar em branco. Não que eu esteja feliz; capaz de entrar na conhecida crise dos 30. Aguardemos.

7. Continuar fazendo ballet
Uma das alegrias da minha vida; tive que parar por um tempo, no final do ano passado. Mas este ano, não pretendo parar, nem faltar. E, se conseguir, quero voltar a dançar em espetáculos, coisa que não faço desde 2012.

8. Começar a escrever um livro
É uma resolução que vivo fazendo e descumprindo. Mas nunca se perdem as esperanças, quando começa mais um ano. Na verdade, já formulei mais ou menos a ideia do que pretendo escrever. Vamos ver no que pode dar.

9. Investir
Estive lendo alguns livros sobre investimento e me animei.

10. Manter a frequência de postagens no blog
Termina que, quando eu começo uma coisa, eu largo todo o resto. Quando estou no "mode" de leitura, eu esqueço de escrever; quando estou no espírito de estudos e trabalho, eu esqueço de ler. Já fiz tantas resoluções de escrever e ler que tenho que evitar ao máximo esquecer o blog.

11. Não deixar de encontrar os amigos 
Como falei na minha retrospectiva, o melhor de 2014 foram os grandes amigos que hoje eu tenho. Independente do que aconteça, independente do que o ano me reserve, gostaria de nunca perder nenhum deles, de não deixar de encontrar sempre, de não os esquecer em um canto qualquer. Aprendi que são as melhores coisas que a gente pode levar da vida: as pessoas que a gente tem.

12. Falar menos
Meu pai sempre disse: fale menos, ouça mais.

13. Trabalhar mais
A resolução não é exatamente "trabalhar mais", é continuar animada com o trabalho. Sempre surgem aqueles dias em que você não aguenta mais o trabalho e o desafio é conseguir se manter no mesmo ritmo do início do ano. Quando acaba o ânimo, acaba a vontade de ir atrás, de insistir. Várias vezes quase desisti de tudo e fui procurar outra coisa. Mas existem maneiras de voltar a construir e conseguir mais ânimo. É o que tenho feito. É o que tenho que continuar fazendo.

14. Perdoar
Os outros, a mim mesma, tudo. Eu sempre tento fazer o que acho certo. O fato é que nem sempre dá certo, nem sempre depende só da gente, nem sempre a gente percebe que está fazendo errado. E é a coisa mais frustrante, passo dias me odiando por não conseguir. A maior dificuldade é conseguir me perdoar, aceitar o que eu sou, o que eu fiz. Corrigir meus erros, aprender com eles, erguer a cabeça e, por fim, me perdoar.

15. Não levar essa lista muito a sério
O mal de quem pensa demais é fantasiar demais. Vejo o meu futuro muito incerto ainda (OK, o futuro de todo mundo é incerto, mas falo de modo geral) e gostaria de não ficar sempre ansiosa por isso. A resolução é de levar a vida mais levemente, sem muitas exigências quanto ao futuro. E, complementando os itens anteriores, gostaria de não exigir demais de mim, este ano. A gente está sempre prometendo coisas e eu percebi que não cumprir essas coisas não é um grande erro. Apenas acontece. Eu realmente gostaria de cumprir todas as resoluções, mas preciso saber que não preciso fazer tudo. Ninguém precisa se exigir demais. Apenas tentar ser uma boa pessoa e fazer tudo dar certo já é um bom começo.

Essa postagem faz parte do Meme "15 coisas para fazer em 2015" do Rotaroots, um grupo de blogueiros que pretende resgatar os bons tempos do mundo dos blogs. Faça parte do grupo do Facebook e se inscreva no Rotation.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Frio

Nas crenças mais comuns, o inferno é definido como um lugar abafado, com altas fogueiras e insuportavelmente quente;  fogo, lava e essas coisas todas que queimam. O inferno, como o lugar para onde as pessoas ruins vão quando morrem, lugar de punição, tristeza e dor. Quando o dia está muito quente, as pessoas o comparam ao inferno. Em cidades quentes, o calor é quase odiado; as pessoas não conhecem o frio insuportável. E apenas o calor é dos infernos.

Eu, mesmo morando a vida toda numa cidade quente, penso que o inferno deve ser um lugar escuro e frio. Um frio congelante, que imobiliza os ossos e nos impede de pensar em qualquer coisa que não seja na dor. Porque a dor é fria, a solidão é escura. Se você já sentiu dor e tristeza profundas na vida, deve ter percebido que não se experimenta nenhuma forma de calor, de nenhuma maneira. Não receber uma resposta esperada, atenção de alguém esperado, é chamado "gelo". Uma pessoa sem emoções boas é fria. A fome extrema provoca o frio. A tristeza é fria. Independente do clima lá fora, dentro é frio, cruelmente frio, profundamente frio. Você treme, se cobre, toma banho escaldante, se abraça com a bolsa de água quente e o frio continua lá, inalterado. Profundo. Isso é o inferno. O frio que não vai embora, que faz doer. A dor que traz mais frio.

Dias claros, ensolarados, calorentos também não são os meus preferidos, pelo contrário. Ir à praia não é uma grande coisa; tomar sol não é uma das minhas prioridades na vida. Prefiro sempre dias chuvosos e aconchegantes, em que se fique deitado lendo e vendo filmes. Calor irrita, traz mosquitos, faz suar e querer distância das pessoas. Mas calor não é triste.

Frio é triste. A dor é escura e congelante. O sofrimento machuca como uma pedra de gelo em contato com a pele. A morte é fria. Uma pessoa quente ainda tem vida. Culturalmente, o inferno vai continuar sendo um lugar quente, abafado, claro, fogueiras e piscinas de lava. Mas meu inferno particular sempre será frio. O frio que oprime e não vai embora. O frio dos infernos.

"You better hide for her freezing hell"


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Nostalgia*

Anos depois, nos encontramos. Eu o avistei primeiro, conversando e rindo com um punhado de amigos, do outro lado da calçada. Fazia tempo, então demorei um pouco reconhecendo os traços, analisando a postura, a risada familiar. Era o mesmo som claro e descontraído de que eu me lembrava. Mas eu só tive certeza quando nossos olhares se cruzaram.

Nesse instante, senti tudo voltar. Tudo; nossos planos, nossos sonhos, as noites em claro falando ao telefone. Começávamos sussurrando, para não acordar nossos pais. Levando bronca deles a cada gargalhada alta que saía sem querer. Nunca fomos muito silenciosos, nenhum dos dois. Competíamos pela hora de falar, cada um querendo contar as novidades do dia, mesmo querendo saber do outro. E, na disputa sem sentido, acabávamos aumentando o volume da voz sem perceber. Daqui a pouco, estávamos berrando e gargalhando em plena madrugada.

Nunca fomos discretos. Éramos impossíveis, assim diziam no colégio. Achamos divertido, na época. Nossos sonhos combinavam, assim como nossos temperamentos. Adorávamos a vida, a aventura. Acreditávamos plenamente na felicidade que conquistaríamos juntos. E conquistamos, por algum tempo.

Vi você sorrir tantas vezes, naqueles dias, e vi você sorrir agora, anos depois. Era o mesmo sorriso, embora melancólico agora. Era também o mesmo sorriso que eu sabia tomar forma em meus lábios. Sorrisos de quem tem muita história e nenhum assunto. Foi recíproco, não tentamos nos falar. Apenas nos olhamos, nos reconhecemos e fomos embora. Cada um pensando em como teria sido.

"Já faz tempo, eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida
 Essa lembrança é o quadro que dói mais"

Imagem: GettyImages
Música: Como nossos pais

*Texto publicado pela primeira vez em 2010.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Resenha: Sangue do Olimpo

Depois de ler essa última parte da saga dos Heróis do Olimpo, eu preciso dizer que voltei a ser adolescente. A saga inteira é escrita para adolescentes e, assim como a primeira, a de Percy Jackson e os Olimpianos, a leitura é fácil e leve. Adoro infanto-juvenis (que hoje chamam de Y.A.), nunca passei dessa fase de vez por outra pegar um livro nesse estilo e devorar em dois dias. Não é uma grande coisa na parte literária, se é isso que te faz pegar um livro para ler. É apenas um livro bastante divertido.

“Sete meio-sangues atenderão ao chamado
Em tempestade ou fogo o mundo terá acabado
Um juramento a manter com um alento final
E inimigos com armas as Portas da Morte afinal”

Para quem não sabe nada sobre Percy Jackson, ele é um semideus, filho de Poseidon, que mora nos EUA e passa as férias num acampamento de semideuses. Vez por outra, ele e outros heróis precisam sair em uma missão para salvar o mundo de algum monstro ou da ameaça de titãs, deuses, gigantes ou tudo isso junto. Neste livro, sete semideuses, incluindo Percy, chegam à Grécia para lutar contra os gigantes que querem despertar Gaia, a mãe-terra, antes que ela acabe com a humanidade. Enquanto isso, dois semideuses e um sátiro têm que levar a Atena Partenos, uma estátua de vinte metros de altura, de Roma para os EUA, para evitar uma guerra entre semideuses gregos e romanos.

Como eu disse, é um livro bem divertido. Rick Riordan trata as lendas da mitologia greco-romana de maneira engraçada e leve; que quem conhece um pouco delas, sabe que não são bem assim. Acho que vale para fazer os jovens se interessarem um pouco em conhecer mais sobre mitologia e conhecer os mitos "verdadeiros". Fora isso, é um infanto-juvenil do gênero de fantasia com tudo o que tem direito: romance, monstros, profecias, personagens engraçados, amizade. Assim como Harry Potter, ou Necrópolis, ou Eragon, ou Crepúsculo. Sem querer comparar essas sagas entre si.

Fiquei um pouco decepcionada com este livro porque o autor deu vários indícios de que algumas coisas iriam acontecer e não aconteceram. Não tenho como explicar isso direito sem dar spoilers. É um final bom para a história, mas me deixou um pouco frustrada. Talvez deixasse o livro muito longo, mas mesmo assim... Tenho algo com finais de sagas. Nunca fico muito satisfeita. Fico pensando se eu escrever uma, algum dia, se vou conseguir ficar satisfeita. Tenho muita vontade de escrever infanto-juvenis. Deve ser por causa dessa minha capacidade de virar adolescente, quando estou lendo, e esquecer de todo o resto. Vai ver nunca cresci.

O Sangue do Olimpo fecha a saga de Percy Jackson, que começou a lutar com monstros no livro O ladrão de Raios, aos doze anos de idade, e acaba nesse com, sei lá, dezesseis. Nesta saga, ele não é o único protagonista e, especialmente neste livro, a história não é contada pelo ponto de vista dele. Achei inclusive que deixaram o personagem um pouco de lado. Mas dá para entender, visto que nos livros passados deram muita atenção a ele e o ponto dessa saga não era fazer um personagem ser melhor que o outro; é justamente mostrar que todos são importantes na mesma medida. Achei uma mudança boa da primeira série. Fica a sugestão para quem gostou de Percy Jackson e os Olimpianos, ou para quem gosta de fantasia, infanto-juvenis, Y.A. ou coisa que o valha.

Essa é uma resenha para o mês de janeiro do Desafio Literário do Tigre de 2015, do blog da Tadsh: um livro divertido. Para saber mais sobre o desafio, entre na fanpage ou saiba mais no blog.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Das coisas que não importam

Há as coisas que não entendo e há as coisas que decidi não entender. E a maior parte do que se passa pela minha cabeça vive oscilando entre essas duas opções. As dúvidas nunca são estáveis; muitas vezes também até acho que entendo. Mas só me engano. Percebi que algumas coisas não são feitas para serem entendidas; ao menos não com o que eu tenho nas mãos, não com a minha breve vivência.

E uma delas tem oscilado mais do que o normal entre o "entendimento", o "não entendimento" e o "não importa". Por fim, fico sempre com o "não importa". Porque não importa mesmo. Não mereço. Não sou obrigada a pensar sobre isso. Não sou obrigada a permanecer em nenhum lugar, se não quiser. E o fato é que, depois de tudo o que eu passei nesses últimos anos, não deveria nem me dar o direito de estar em qualquer situação em que possa escolher não estar.

Você é o que você deseja ser. Se não é, você pode passar a vida tentando. Eu sempre tentei ser aquilo que desejei, apesar de ter duvidado de mim várias vezes. Claro, todo mundo erra. Já me vi em várias situações em que jurei nunca estar e acabei pagando a minha língua. Mas cometer erros é uma coisa. Ser um erro, saber disso e aceitar, acostumar-se com isso, arrumar justificativas para sê-lo, não. Não faço. Entendo a luta, nunca a derrota. Então, não importa. Não entendo. Não preciso entender.

Sério, não preciso. O que preciso mesmo é encontrar gente que também não entenda.


"How many times will it take for me to get it right?"

domingo, 4 de janeiro de 2015

Desafio Literário 2015

Começou mais um ano e eu precisei arrumar outro Desafio Literário para fazer. Confesso que não fui muito bem no desafio do ano passado; por vários motivos, terminei lendo muito pouco no segundo semestre do ano. Enfim, em 2015 pretendo me redimir e completar o desafio, que está parecendo ser mais complexo que o de 2014, visto que serão 24 livros e não 12.

Passei os últimos dias do ano meio desesperada, procurando um desafio novo, porque Tati tinha anunciado que não iria fazer mais o Desafio da Tigre este ano. Aí saí procurando pela blogosfera. Achei vários desafios e nenhum me interessou; talvez por eu não ter nenhuma ligação, nem conhecer nenhum dos blogs que visitei. Então, fiquei imensamente feliz quando Tati mudou de ideia (êêêê!) e anunciou que tinha decidido continuar o Desafio por mais um ano. Estou neste momento quicando de empolgação.

Eis:


A minha meta são dois livros do Desafio por mês (rá, considerando que vou ler outros livros fora os do Desafio). Ano passado, mal consegui ler um livro por mês, quanto mais dois. Mas, como nos anos anteriores eu consegui ler cerca de quatro por mês - e também porque este Desafio dá para encaixar vários livros da minha lista sem endoidar demais -, acho que não estou sendo ambiciosa esperando conseguir ler pelo menos dois. Isso porque ainda espero terminar o livro de dezembro do Desafio do ano passado e resenhar. Mas vamos com calma.

Já estou fazendo uma listinha de livros para me organizar nesses temas acima e não ficar feito barata tonta durante o ano, tentando encaixar livros nos temas, procurando e-books e rodando em livrarias, gastando o salário inteiro assim. A lista será atualizada aqui neste post, conforme forem sendo postadas as resenhas, durante o ano.

Que comece 2015. Que comece o Desafio.