sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Depois

Os primeiros segundos depois de acordar são sempre os piores. É quando todas as lembranças atacam por todos os lados, de uma só vez, como se tivessem intenção de causar uma parada cardíaca no indivíduo. A sensação devia ser a mesma, porque tudo o que eu queria era arrancar meu coração fora. O ar faltava. O estômago embrulhava. As lágrimas não paravam. Nunca entendi por que precisava ser tão dolorido.

Era difícil. Era pesado. O frio, a dor, a gente pensa que nunca vai passar. A dor é quase física, mesmo que não dê para apontar onde está doendo. A gente só sabe que dói tudo. Dói muito. Vontade de voltar a dormir, sumir do mundo, até ela passar. Mas ela não passa. Pelo menos, não enquanto a gente está prestando atenção.

A primeira resolução era de nunca mais tentar. Nunca mais permitir que sua própria felicidade dependesse de outra pessoa. A única responsável pela minha felicidade devia ser eu. Eu, que tenho o poder de fazer besteira e de me fazer sofrer, mas eu também sou a pessoa que nunca vai embora. Eu nunca vou me perder de mim mesma. Eu posso confiar em mim. E eu confiei. Confiei que ia sair dali mais uma vez.

E, um dia, tudo passou. E a gente levanta, recomeça. Tenta de novo. Porque a gente pode perder tudo, do coração à cabeça. Mas uma coisa que a gente nunca perde é a esperança.

"Hei de ser feliz também, depois"


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Essa postagem faz parte da Blogagem Coletiva de setembro do Blogs Up: "A vida pós pé na bunda".

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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada

Alguém vai me matar se eu disser que achei Harry Potter and the Cursed Child, o oitavo livro de Harry Potter, uma grande bosta? Sério, gente. Não é segredo para ninguém que eu sou uma grande fã da série e todo mundo que me segue aqui sabe disso. E talvez por isso mesmo eu tenha achado o livro tão ruim.

A história é escrita em formato de peça, é claro, isso você já sabe. Para mim, tira metade da graça, mas vamos lá. E se passa logo após o epílogo do sétimo livro, quando o filho de Harry, Albus Severus (ow, nome triiiiste), vai estudar em Hogwarts. Você vai até curtindo no início, até porque é apresentado ao único personagem realmente interessante no livro inteiro: Scorpius. Mas aí alguém menciona um vira-tempo que está perdido por aí, em algum lugar, e você perde totalmente as esperanças.

Fora isso, eles mudaram a personalidade de alguns personagens. Harry faz coisas que não combinam em nada com seu caráter, assim como Hermione e Draco. E Ron é reduzido ao papel de alívio cômico. Acho que ficaram sem saber o que fazer direito com ele. Sem falar que Albus Severus é um personagem tão chato quanto seu nome.

Apesar disso tudo, tenho que admitir que tive algumas surpresas boas. Não dá para contar sem dar spoiler, mas digamos que um personagem que havia morrido faz uma aparição, uma participação especial. Eu fiquei feliz com essas poucas e nostálgicas páginas. Tenho certeza que muita gente ficou também.

Para mim, o livro ficou no nível de uma fanfiction. E depois eu descobri que, na verdade, é realmente uma fanfiction. Não foi J. K. Rowling que escreveu; ela só contribuiu em alguma coisa e aprovou o resultado. O que me leva a questionar por que ela mesma não escreveu, já que até adaptação em filme estão cogitando fazer. Eu sei, ela está rica e não precisa escrever mais nada na vida, se não quiser. Mas que eu gostaria, eu gostaria. Um livro dos marotos ou um livro sobre Dumbledore não seria nem um pouco ruim, né não?

No final, não é questão de recomendar o livro ou não. Quem é fã vai ler. Tem gente que até gostou e deve estar me xingando nesse momento. Bem, foi mal aí, gente. Mas o livro é bem ruim.

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Resenha para o Desafio Literário de 2016, com o tema: "sobre magia". Para saber mais sobre o Desafio, clique aqui e participe.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Não diga adeus

Não vá embora, amigo. Não agora que o sol acabou de nascer e o dia está apenas começando. Vamos brincar de encher bexigas de água, pular na piscina, ir à praia. Vamos torrar ao sol, fazer castelos de areia, tomar sorvete. Viver aventuras, rir das nossas desventuras. A vida é curta, amigo, mas não precisa acabar agora. Ainda há tempo para estarmos juntos outra vez.

Não vá agora, amigo. Não agora, que o sol está retornando. Olha em volta; não há mais nuvens, o vento que agita as árvores é brisa, os passarinhos brincam nas poças da água salgada. Não há sinal de tempestade. Ainda dá tempo de jogar conversa fora, tomar uma cerveja no bar, gargalhar até cair. A vida é dura, eu sei. Mas é cedo ainda. Tem tanta coisa para ver, tanto para conhecer, tanto para aprender. Há tanta vida esperando logo adiante.

Amigo, não diga adeus, não é hora. Não tome a dose derradeira. Eu sei da sua dor, mas toda dor é passageira. O adeus, ele pode ser para sempre.

"It's just a moment, this time will pass"

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Essa postagem faz parte do Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

7 livros para ler ainda este ano

Setembro. E só aí a gente percebe que o ano deve estar apostando corrida contra Usain Bolt. E, apesar de agosto ter empacado um pouco, durando uns 4 meses, 2016 está vencendo.

Mas, então, a quantas anda o nosso Desafio Literário? O meu está indo até bem, apesar de ter se atrasado bastante em meados de março por conta do meu livro. Mas aí dei uma acelerada e, no final das contas, só restam seis livros para ler e concluir o desafio.

Como só faltam seis, vou listá-los pelas categorias do Desafio e selecionar mais um de bônus, para completar a lista de Sete. Então, vamos lá:

1. De distopia: A Torre Acima do Véu - Roberta Spindler

2. Clássico: As Intermitências da Morte - José Saramago

3. Que faça chorar: Uma Curva no Tempo - Dany Atkins

4. Em outro idioma: The Sandman - Overture - Neil Gaiman

5. De ficção científica: O homem do Castelo Alto - Philip K. Dick

6. De suspense: O Nome da Rosa - Umberto Eco

7. Bônus: A Metamorfose - Franz Kafka

Apesar da lista ser quase certa, gostaria de explicar que eu sou extremamente volúvel com livros e essa lista pode facilmente mudar daqui pro final do ano, dependendo do meu humor. Mas estou confiante que, pelo menos, vou conseguir terminar o Desafio dessa vez. Vamos torcer.

E você, gosta de Desafios Literários? Está fazendo algum?

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Essa postagem faz parte do Top 7 do grupo Blogs Up.

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