sexta-feira, 27 de julho de 2018

Diário de Escrita

Houve um tempo em que eu preferia escrever à mão, com papel, lápis e borracha. Às vezes, caneta. Pegava um caderninho, folhas de fichário e me trancava no quarto para escrever. Minhas primeiras histórias foram escritas assim. Até que eu comecei a aperfeiçoar minha escrita e percebi o quanto era difícil fazer a revisão com papel e caneta. Botava um asterisco onde queria escrever mais, páginas a mais no meio do parágrafo, grampeava em cima, fazia anotações nas entrelinhas, colava post its. O negócio virava uma maçaroca horrível de organizar depois. Foi quando comecei a passar as histórias para o computador e, tempos depois, escrever direto nele. E percebi que as ideias fluíam melhor assim, porque a gente digita muito mais rápido e os pensamentos não se perdem no caminho.

Então, parei completamente de escrever à mão. Até agora.

Veio essa moda dos bullet journals. Eu sempre adorei enfeitar caderninhos, mas nunca me interessei por fazer nada do tipo: diários para acompanhar os dias, monitorar humor, planejar a semana. Apesar de precisar urgentemente de um planejamento. Mas sabia que não teria tempo, paciência e seria um hábito que eu tenderia a largar logo.

Até que vi Thiago d’Evecque (inclusive recomendo demais o blog dele #FollowFriday) falando sobre Diário de Escrita. Mas o que é isso?


É um acompanhamento diário de qualquer coisa que você esteja escrevendo. Pode ser de várias formas: em um caderno, no blog, no vlog, no Instagram, na Página de Facebook, no Word, no bloco de notas, com texto corrido, itens, imagens, listas, vídeos. No Google, você pode encontrar vários tipos diferentes de Diário de Escrita e escritores dando dicas de como fazem.

Para acompanhar e incentivar o desenvolvimento do meu segundo livro, eu resolvi começar um Diário de Escrita. Como senti saudade de escrever à mão, peguei um caderninho, comprei uma caneta bonita e comecei a trabalhar nele. Data em cima, texto corrido falando sobre o que eu escrevi, o que pretendia escrever, os personagens, a trama, o roteiro da história.

Mas para que eu estou fazendo isso?

Então, eu tenho tido com este livro mais dificuldade que com o primeiro. O Diário de Escrita tem servido como alívio criativo, onde eu vou vomitar meus conflitos, as dúvidas em relação à história, frustrações e tudo o que eu acho que esteja me travando. E também o que me liberta.

Gosto de colocar o que eu fiz naquele dia que de alguma forma possa ter me inspirado; um passeio com o doggo, uma conversa, uma música, um filme, uma imagem. Coisas que eu posso dar um jeito de repetir em momentos de hiato. Com ajuda do meu Diário de Escrita, já reescrevi a história, já mudei o foco, já formulei outra trama, elaborei um roteiro inteiro.

Além disso, serve também para acompanhar a progressão do livro com marcadores de palavras. Uso um marcador para meta, total diário e total geral de palavras. Assim, também dá para fazer uma relação posteriormente da quantidade que eu escrevi com as informações que eu coloquei no diário. E aprender sobre mim e o que me inspira.

Para quem gosta de bullet journal, dá pra fazer uma graça com marca textos, fitas adesivas, adesivos, imagens. Por enquanto, o meu está bem normalzinho, porque mal tenho tempo de escrever mesmo. Eu só grifo as coisas mais importantes, úteis, para ser mais fácil de encontrar depois.

Enfim, se você é escritor, o Diário de Escrita é uma ferramenta interessante para acrescentar no seu hábito de escrita. Eu achei uma boa dica quando descobri. Espero que vocês também achem.

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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Sobre vida

Encerrei mais um capítulo do romance, ou o primeiro esboço dele, sem saber que horas eram. Não era noite mais, apesar de ainda ser escuro. As noites estavam cada dia mais longas, invadindo o tempo das manhãs. Regulando o sol, que, quando resolvia aparecer, parecia nunca estar completamente acordado. Não podia censurá-lo; devia ser difícil despertar de uma madrugada como aquela.

Deixei os olhos vagarem por alguns momentos para fora do papel: a mesa de madeira escura, o copo de cerveja pela metade, as prateleiras de bebida. Evitei apenas o olhar do moço de trás do balcão. Ele já havia polido todas as garrafas da estante, limpado o balcão, as mesas, e lavado todos os copos. Não me importei.

Mais um papel em branco me aguardava, impaciente. Faltava algo, algo importante, algo que eu tinha deixado de escrever. O papel o exigia, em seu branco imponente e gélido. Tomei mais um gole da cerveja, que apesar de fria, oferecia mais calor que o papel.

As pessoas eram bonitas, sempre bonitas, nas minhas histórias. Seria isso o irreal? Pessoas comuns não são bonitas; têm narizes grandes, olhos pequenos, celulite, acne, pelos. Mas penso que nós somos mais do que as partes que nos formam. As pessoas são bonitas porque outras acham que sim, porque o conjunto faz sentido; não porque fazem parte de qualquer padrão.

O cenário também não podia ser; era tão real quanto o bar em que eu estava, cujo clima emprestei a algumas cenas. Escolhera também a trilha sonora perfeita. Mas não bastava. Faltava a história que sai do papel e dança e caminha sozinha. A minha história não caminhava sozinha, visto todo meu esforço daquela noite para que engatasse uma caminhada meio manca. Não engatou e eu quis amassar tudo e jogar pela janela. Ou na cara do moço do balcão.

Cansei de evitar seu olhar e encarei-o. Para minha surpresa, não tinha a expressão carrancuda de quem não via a hora de fechar o bar. Em vez disso, ele sorriu para mim. Um sorriso compreensivo. E voltou a seus afazeres, como se ainda não tivesse terminado.

Há quanto tempo não via um sorriso? Enterrada em mim mesma, há quanto tempo não via nem sequer um rosto amigo? Por isso tinha ido ao bar, por isso não queria voltar para casa, sufocada na solidão e a escuridão do meu abajur. Histórias eram sobre vida. Palavras eram seres vivos. O silêncio as espantava e o vazio as matava. Nada poderia vir de nada.

Era o que havia de errado com minha história. Faltava vida. A minha.

"You're walking meadows in my mind,
Making waves across my time

What a strange magic"

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Imagem: Flick - Creative Commons
Música: Strange Magic - ELO

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Resenha: O Nome do Vento

Comecei a ler este livro sem nenhuma expectativa. E se tornou uma boa surpresa.

O Nome do Vento é o primeiro livro da trilogia "Crônicas do Matador do Rei", de Patrick Rothfuss. A história se passa num mundo ficcional conhecido como Quatro Cantos da Civilização. O protagonista é Kvothe, um personagem misterioso e muito inteligente, músico, artista itinerante de uma espécie de grupo de ciganos e aprendiz de mago. E, na ocasião do início do livro, taberneiro.

No início do livro, o narrador é em terceira pessoa e nos conta sobre os atuais tempos difíceis e perigosos, onde demônios e saqueadores estão à solta pelas estradas e poucos mantimentos chegam às cidades. Até que um personagem entra na história e se inicia a narrativa em primeira pessoa, em que Kvothe nos conta sua história.

Minha parte favorita é quando ele chega à Universidade e começa a virar uma lenda no lugar. Ele é jovem demais para entrar, mas aprende tudo muito rápido, motivo pelo qual os mestres de lá permitem que ele ingresse na instituição e tenha oportunidade de virar um Arcanista. Nesse meio tempo, ele faz amigos, inimigos, comete muitas imprudências, salva pessoas e vai se delineando, assim, sua fama de herói.

Com a narrativa em duas pessoas, o autor nos oferece uma diversificação de ponto de vista. No narrador em terceira pessoa, ele nos dá uma visão mais real do que se passa. Quando Kvothe começa a narrar, percebemos uma queda na imparcialidade, conforme ele mesmo avisa que vai narrar as coisas do jeito dele.

"As melhores mentiras a meu respeito são as que eu contei"

No entanto, ele é um artista. A narrativa ganha em poesia e envolvimento, porque as impressões do mundo conforme a maneira que Kvothe o enxerga é encantadora. Uma passagem que eu gosto é quando ele descreve a moça por quem ele é apaixonado: ele a chama de linda, mas outro personagem contradiz, afirmando que ela tem nariz torto e que o rosto é fino. E ele rebate, dizendo:

"Somos mais do que as partes que nos formam"

Dessa forma, o Kvothe experiente que conta a história mostra uma sapiência que eu apreciei bastante. Outra parte interessante é quando o jovem Kvothe reclama de algumas atitudes dessa moça e um sábio dono de taberna declara que ele não pode julgar o que uma mulher faz na sua luta para sobreviver. Tentei explicar essa parte para minhas amigas, mas não sei se consegui fazê-las captar direito, porque não estavam inseridas naquele mundo como eu estava.

Não que eu não tenha torcido o nariz para várias outras passagens; por ser uma fantasia épica, somos obrigados a contar com uma realidade de época bastante desfavorável às mulheres. Mas tentei ler sem preconceitos e com o máximo de discernimento.

Então, eu adorei o primeiro volume e ele entra no Desafio como o meu livro "Fantástico". Pretendo ler outras coisas antes de entrar no segundo. E também no spin-off sobre outra personagem, que eu achei bem interessante. Porque não gosto de ler séries de uma vez.

Inclusive, eu disse acima que comecei a ler o livro sem nenhuma expectativa. Menti. Eu esperava que, por ser uma trilogia iniciada há tanto tempo, já teria um final. E não tem. Faz seis anos que o autor finge escrever o terceiro livro. Estou arrasada por ter me metido nessa de esperar por autor de novo.

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sexta-feira, 15 de junho de 2018

Conto de fada

A bebida tinha um gosto amargo. Não tanto pelo alto teor alcoólico; a profundidade da minha tristeza fazia amargar até o mais doce pudim de leite. Como aquele que minha avó fazia. Doce e macio, muito melhor que aquela bebida dourada com gosto de remédio. Mas pudim não resolvia a importante questão que o uísque conseguia. Esquecer. Ao menos por alguns instantes.

Por isso, ele foi o escolhido da noite. O estômago protestava; mas ainda não muito alto, de modo que eu continuava a beber. A cabeça girava de modo agradável, tornando o pensamento turvo, com sensação de irrealidade. Irreal era bom. Nublava as últimas horas; aquelas que me roubaram anos na minha vida, tornando-os uma mentira. Com apenas mais alguns goles, eu apagava totalmente aquelas horas e conseguia fingir que não havia vivido um conto de fada.

Pedi mais uma dose ao garçom, que me olhou com desconfiança. Esbocei a minha melhor expressão de sóbria, prendendo o riso e o choro, que quase ousavam me entregar. Ele deu de ombros e me serviu mais uma. Afinal, era o trabalho dele e eu era maior de idade.

Conto de fada. Quando eu o vi pela primeira vez, há tantos anos, ele era o próprio príncipe encantado, com cavalo branco, canções de amor e passeios no bosque. Sem dúvida, os últimos anos foram exatamente como um conto de fada.

Duas gotas escorreram dos meus olhos, enquanto sorvia mais um gole. A mente estava confusa, mas a língua lembrou aos olhos que eles estavam secos demais. O nó da garganta também encontrou um pouco de alívio, que a bebida não trouxera. Enxuguei-os com as costas das mãos, chateada pela traição do meu corpo.

As lágrimas vieram primeiro. Logo após foi o riso. E, mesmo com lágrimas ainda derramando verdadeiros córregos pela minha face, comecei a rir. Era tudo tão óbvio que era ridículo.

Estive todo esse tempo vivendo um conto de fada. No sentido de que contos de fada não existem.

"I'm busy mending broken pieces
of the life I had before"

 Imagem: Fickr - Creative Commons
Música: Unintended - Muse

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sexta-feira, 8 de junho de 2018

Resenha: A cidade sinistra dos corvos

Sétimo livro da Desventuras em Série, eu comecei a ler A Cidade Sinistra dos Corvos, de Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler), porque queria assistir à segunda temporada da série no Netflix e tinha parado de ler no sexto livro. Não queria ver o episódio antes de ler. Como não foi exatamente adaptado para o cinema (só os três primeiros foram), deixei de fora do Desafio e vou fazer só uma resenha normal.

O enredo não é muito diferente dos outros anteriores. Os três irmãos Baudelaire são entregues a um novo tutor e tudo dá errado por interferência do Conde Olaf. Dessa vez, eles acabam indo para uma cidade que se propõe a ser tutora deles, baseando-se no lema "É preciso uma cidade para educar uma criança". Só que a cidade é cheia de regras desnecessárias, sempre prejudicando de alguma maneira os órfãos. Além disso, eles ainda precisam encontrar os amigos, os trigêmeos Quagmire, que foram capturados pelo Conde Olaf. A única pessoa que torna tudo mais suportável é Hector, um faz-tudo que resolve ajudar, do jeito dele, os órfãos Baudelaire.

Como em todos os livros, mesmo usando o tom engraçadinho característico, o autor faz uma crítica evidente à sociedade, além de várias não muito evidentes. Neste livro, há uma crítica ao sistema judiciário e carcerário. As leis, as regras, o desconhecimento delas, a falta de informação, as punições desproporcionais para crimes pequenos. Assuntos tratados de alguma maneira neste livro.

Algumas pessoas podem achar o livro repetitivo, em relação aos passados. De fato, eles são bem parecidos, os finais semelhantes. Às vezes a paciência acaba. Até a maneira como a história é contada é meio enjoativa, às vezes. Mas a narrativa característica é a grande sacada do Desventuras em Série, é o que traz a ironia. Trata o leitor como criança, mesmo não sendo exatamente um livro para crianças.

Quando você aceita a essência da narrativa, fica mais fácil gostar de livro. E, apesar de toda a repetição e inverossimilhança da história, estou muito curiosa pelo final dela. Mas vou dar um tempo ainda para começar o oitavo livro, o Hospital Hostil.

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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Resenha: O Conto da Aia

O livro O Conto da Aia (The Handmaid's Tale), de Margaret Atwood, é uma Distopia escrita em 1985 e recentemente adaptada em uma série de TV. A série tem feito muito sucesso e está gravando a sua segunda temporada. Ainda não tenho como dar alguma opinião sobre ela, porque não assisti 😰. Eu queria ler o livro antes, só que terminei faz mais de um mês e ainda não tive tempo de ver a série. Mas assim que conseguir ver, faço um Update aqui.

Mas vamos ao livro.

Nessa distopia, ficamos sabendo que houve um golpe de estado nos Estados Unidos e o poder foi tomado por uma elite fundamentalista com fortes crenças religiosas. Uma das causas é citada como a grande dificuldade em gerar bebês e a consequente redução da taxa de natalidade no país. Então, foi criada a categoria das "aias", mulheres saudáveis e capazes de engravidar. E elas gerariam os bebês dos homens importantes dessa sociedade, uma vez que suas mulheres seriam estéreis.

A história é contada pelo ponto de vista de uma aia, o que torna a narrativa parcial e, muitas vezes, cheia de lacunas. Para dificultar ainda mais, ela não sabia muito sobre o que estava acontecendo para nos informar. Então, ela termina nos contando somente sobre as coisas que ela vive e viveu, na sua vida antes da mudança.

A maneira de narrar, por apenas um ponto de vista bastante limitado, faz com que a história adquira um tom de confusão da realidade distópica, comparável ao livro 1984. Por mais que seja um universo fictício, a autora cria o sentimento desesperador de futuro possível. Ainda mais conhecendo a nossa realidade e a forte tendência conservadora atual, com a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA. E, no Brasil, com a polarização política, as manifestações seguidas do golpe que arrancou do Planalto a ex-presidenta, assim como a candidatura a presidente do Brasil daquele-que-eu-não-quero-nomear-para-não-dar-mais-visibilidade. Como já está presente no coração das pessoas que entendem o risco de tais personalidades no poder de alguma coisa que importe pro mundo, você termina o livro com uma grande sensação de medo. Medo do que o nosso capenga estado laico pode se tornar. E o que ele pode nos tornar. As minorias.


Apesar de ser uma Distopia, ele vai entrar no Desafio Literário como "Escrito por uma Mulher". Porque achei pertinente, diante de um enredo tão importante para nós, mulheres. Tirando o fato de que dei muito valor à escrita de Margaret Atwood, no meio de tantas mulheres que ando lendo. Ela conseguiu chamar minha atenção, como autora e como pensadora. Aplausos.

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sexta-feira, 30 de março de 2018

5 livros com uma cor no título


E a respeito do nosso Desafio Literário...

Sobre o item "cor no título", a gente tem que procurar um livro com título colorido? Então, não é isso. Até porque todo livro tem o título de alguma cor, mesmo que a cor seja branca, preta ou cinza. Um livro que tenha uma cor no título significa apenas que você precisa ler um livro que tenha o nome de alguma cor no título. Confuso? Nem tanto, né?

Então você se pergunta como vai encontrar um livro bom que tenha o nome de uma cor no título. Pode acontecer de você acabar lendo um livro não muito bom só para cumprir o desafio. Mas podemos evitar isso. Em vez de sair colocando nomes de cores variadas no search do Google, eu vou tentar facilitar as coisas para você. Aqui neste post, vou fazer uma lista de 5 livros bons que têm uma cor escrita em seu título.

Vamos lá:

1. Laranja Mecânica

 Excelente distopia de Anthony Burgess, adaptado para o cinema pelo diretor Stanley Kubrick. Fiz uma resenha do livro, na época em que li. Curiosamente, ele também fez parte de um Desafio Literário, com o tema "Filme ou Livro?".

2. Um Estudo em Vermelho


Um romance policial de Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes. Narra o primeiro caso do famoso detetive, quando o Dr. Watson acaba de se mudar para 221B Baker Street.

3. O Rei de Amarelo

https://grivetart.deviantart.com/art/The-King-in-Yellow-454909840

Livro de contos de terror fantástico, do autor Robert W. Chambers. O livro inspirou autores de diversas gerações, como Neil Gaiman (favorito desta que vos fala), H. P. Lovecraft e Stephen King. Assim como a primeira temporada da série investigativa True Detective. O título do livro faz alusão a uma peça teatral fictícia e a seu personagem central, que é mencionado em quatro dos contos.

4. Antes do Baile Verde


Mais um livro de contos, só que agora realistas. Reunião de narrativas escritas entre 1949 e 1969. É considerado por muitos o livro de contos literariamente mais bem-sucedido de Lygia Fagundes Telles.

5. A Bússola Dourada


Primeiro volume da trilogia Fronteiras do Universo (His Dark Materials), série de fantasia do autor Phillip Pullman. Uma das melhores séries de fantasia que eu já li; logo, podem esquecer aquela adaptação cinematográfica horrível . Este primeiro livro, na minha opinião, demora a engatar, mas depois que você supera a irritação pela protagonista, é maravilhoso.

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"Mas Marina, e o '50 tons de cinza'? Não entra na sua lista?"

Então, eu já li os três livros e não gostei. Não gostei da história, nem da narrativa, nem do estilo de escrita. Achei desnecessariamente longo, achei que três volumes podiam ser só um. E achei também um livro extremamente misógino. Sou totalmente contra a romantização de relacionamento abusivo. Como erótico, tenho indicações bem melhores que ele.

Mas se você tiver interesse em ler, dou o maior apoio! 😊

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E então? Leu algum desses? Tem algum outro livro que deveria estar nessa lista?
Espero que eu possa ter ajudado no seu Desafio.
Até a próxima e boa leitura!

sexta-feira, 9 de março de 2018

Resenha: Intermitências da Morte

Eu só havia lido um livro de Saramago: Caim. Não sei se por chatice minha mesmo ou se porque não é o melhor livro dele, a impressão que eu tinha do autor não era muito boa. Passei anos sem ler nada dele, até que me caiu nas mãos As Intermitências da Morte e um amigo recomendou que eu desse uma chance de coração aberto. Não fui de coração aberto, mas meu coração foi forçado a ir se abrindo aos poucos.

O que aconteceria se, de repente, as pessoas parassem de morrer? Parece uma coisa boa, de início. Mas será que é boa mesmo? E se a pessoa estivesse muito doente? Ou muito idosa? Ou sofresse um acidente que a deixasse em estado vegetativo sem nenhuma chance de melhora? Talvez não fosse muito agradável. Então, este livro conta a história de quando a morte resolveu tirar férias.

Lá pro meio do livro, somos apresentados à morte. Assim mesmo, com letras minúsculas. Com seu manto preto, face encovada, foice afiada e suas cartas de cor violeta. Essa virou minha parte favorita do livro, do meio pro final. E o desfecho é incrível. Me fez ter vontade de recomeçar a ler tudo de novo. E, lendo resenhas por aí, eu descobri que é uma vontade até bem comum entre os leitores.

A narrativa de Saramago - sem pontuação, sem parágrafos, apenas frases corridas - é bastante peculiar e eu confesso que me dava uma certa agonia. Mas depois que você entende e acostuma, vira quase natural. A leitura se torna fluida, fácil. Sem interrupções.

E o sarcasmo. Coisa de quem sabe o que está fazendo. Nada contra o novo (nada mesmo, inclusive adoro e indico sempre a leitura de novos autores, pode conferir no meu Desafio Literário), mas é muito delicioso ler uma narrativa de quem sabe o que está fazendo. Gente que sabe contar história, sabe iludir, sabe dobrar sua realidade, colocar no bolso e lhe apresentar outra diferente. Por isso eu também insisto sempre que se leiam os clássicos e os intocáveis. Você nunca se arrepende. Mesmo quando não gosta muito, aprende uma coisa ou outra.

Recomendo demais esse livro. Já botei na lista mais alguns de Saramago e agora vou de coração aberto, porque ele me conquistou para sempre. Leio até Caim de novo. Vai que foi só chatice momentânea mesmo?

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E você? Já leu este livro?
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sexta-feira, 2 de março de 2018

5 dicas para ler "melhor"

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Ler "melhor". Entre aspas.

Porque, pessoalmente, não acredito muito em uma fórmula para ler. Para mim, o melhor jeito de ler é aquele que se adapta bem à nossa rotina, às nossas particularidades de leitura.

Só que existem aqueles livros mais complexos, cabeçudos, e pode acontecer de você terminar a leitura e ficar com um monte de interrogações na cabeça. Ou nem conseguir concluir. Ou ler e esquecer logo, porque não tirou nada significativo dele. O que você faz? Não lê esse tipo de livro? Claro que não.

A leitura não deve ter limite.

Mas, então você pensa: por onde eu começo?

Como eu já falei anteriormente, o hábito da leitura é um exercício. Consiste em você começar a ler e ir progredindo, como qualquer exercício que a gente faça, seja físico ou mental. Você vai começar por livros mais simples e ir evoluindo para mais difíceis.

Mas mesmo assim, passar para os mais difíceis pode dar uma certa preguiça. Se é para ser uma diversão, qual o sentido de você ler uma coisa que dá trabalho? O sentido é que quanto mais você passa de um nível, mais você deve procurar desafios. A zona de conforto, no final das contas, é um lugar nada mais que confortável. A diversão está fora dessa bolha. A diversão está em, além de se divertir lendo, você se desafiar e aprender coisas novas. Apreciar uma narrativa inteligente. Entender por que aquele autor é tão aclamado. Melhorar o vocabulário. Melhorar a cultura.

Claro que você pode continuar sempre lendo as mesmas coisas. Não tem problema nenhum nisso. É melhor que não ler. Mas se você quer tirar o maior proveito do seu hábito de leitura, eu listei aqui algumas dicas:

1. Procure informações sobre o autor

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Aqueles autores clássicos, o que eles têm de especial? Com certeza deve existir alguma coisa. Seja a época em que ele viveu, o estilo como ele escreve, o assunto que ele aborda; tudo isso diz algo sobre ele.

Jane Austen resolveu escrever romances num período em que as mulheres viviam para arrumar um marido e ter filhos. Suas histórias ironizam essa busca e apresentam protagonistas com ideias bem incomuns pra época. As irmãs Brontë conseguiram publicar seus livros sob pseudônimos masculinos. Em suas obras, uma lição de feminismo, que talvez para nós não seja tão significativa quanto então.

Essas foram só um exemplo, mas informações como essas podem fazer uma grande diferença na sua leitura. Procure saber um pouco sobre o autor que você está lendo: época, estilo, narrativa. Pelo menos para situá-lo num contexto e facilitar a compreensão.

2. Procure textos auxiliares e resenhas de outros leitores

Foto: Chris Lowel
Não apenas para ajudar na leitura, os textos auxiliares dão algumas informações interessantes e opiniões de críticos sobre o livro e o autor. Para os leitores cuidadosos com spoilers, talvez seja bom deixar para ler os textos auxiliares depois do término da leitura. Então, depois de lê-los, talvez voltar ao livro, em algumas partes a que os textos se referem, para reler e aprender um pouco mais.

Alguns livros possuem textos auxiliares no prefácio. Quando estava lendo Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, encontrei alguns na minha edição. Mas você pode encontrá-los também espalhados pela internet ou em outras edições mais novas do livro. Você pode ir a livrarias e folhear outras edições dos livros, à procura deles.

Você pode também procurar resenhas de bons resenhistas na internet. Eu indico sempre o canal da Tati Feltrin, tudo do Homo Literatus e as resenhas da Taize. Como eu não ligo muito para spoilers, às vezes eu procuro por aí inclusive as indicações dos livros que eu leio.

3. Não passe por cima de coisas que não entendeu

Não sei se você faz isso, mas eu já fiz muito: se estou lendo um livro e não conheço uma palavra, muitas vezes procuro entender o contexto dela na frase. É muito importante, para enriquecer o nosso vocabulário, procurar o significado real daquela palavra no dicionário. Isso só se torna um pouco contraprodutivo, porque nem sempre a gente tem um dicionário à mão. Com o kindle fica mais fácil, porque ele procura a palavra no dicionário apenas clicando em cima dela.

De toda maneira, você não precisa fazer isso sempre. Na verdade, você não precisa fazer isso nunca, se conseguir pegar o sentido pelo contexto. Em casos de livros em um idioma diferente do seu, mas que você domina, acaba atrasando demais a leitura se você ficar procurando todas as palavras que não conhece.

Se você conseguir entender pelo contexto, OK. Só não passe por cima delas.

Existem os casos dos livros que colocam frases em outro idioma.

O livro O Nome da Rosa, de Umberto Eco, é com certeza um livro bastante trabalhoso. Nele, encontramos várias frases em latim, um idioma que muita gente não domina, e não tem notas de rodapé com traduções. Então, é importante procurar traduzir você mesmo essas frases para entender o livro, seja através do tradutor do Google, seja por alguns blogs na internet que já tem as traduções prontas. Mas não deixe passar. Passar por cima dessas frases pode comprometer o entendimento completo do livro.

4. Tome notas

Não precisa ficar anotando tudo como se estivesse estudando. Mas grifar partes interessantes ou, para quem não gosta de riscar livros, anotar em algum lugar - cadernos ou mesmo post its -, termina sendo um bom exercício para recordar partes do livro que você não gostaria de perder com o tempo.

Alguns leitores costumam manter um diário de leitura. Isso pode ser feito de várias maneiras. Você pode separar um caderno só para as suas leituras e em cada página fazer uma resenha do livro. Ou em vez da resenha, fazer pequenas anotações, ou anotar frases que você gostou, ou sua opinião sobre um personagem.

Eu acho muito interessante a ideia de fazer um diário de leitura de papel, principalmente se você tem costume - ou gostaria - de manter bullet journal. Eu mantenho um, mas é um diário de escrita, então achei demais ter um diário de leitura também. Como eu tenho um perfil no Skoob, acabo fazendo meu diário de leitura por lá. Anoto pequenas frases ou trechos de que gostei no histórico de leitura do livro e faço uma resenha quando termino. Depois publico aqui no blog.

5. Grupos de leitura

Juntar amigos para fazer um Clube do Livro é, além de divertido, um grande aprendizado. Primeiro que, se você já sabe que vai ter que discutir aquele livro depois, isso faz com que você leia o livro com maior atenção. Segundo, você vai conhecer outros pontos de vista e outras opiniões. É enriquecedor.

Se você não consegue reunir amigos para ler, pode procurar esses grupos na internet. Por exemplo, o #infinistante. Eu já participei de alguns, mas há algum tempo decidi manter meu próprio ritmo de leitura, para não atrapalhar o progresso de escrita do meu segundo livro. Então fiquei só com o Desafio Literário. Como alguns amigos e leitores participam dele e eu estou sempre escrevendo resenhas, acabo sempre discutindo alguns livros com um ou outro.


"Muitos não sabem quanto tempo e fadiga custa a aprender a ler. Trabalhei nisso 80 anos e não posso dizer que o tenha conseguido."
– Goethe

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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Resenha: O Nome da Rosa

Decidi ler O Nome da Rosa, de Umberto Eco, por causa do filme. Não porque eu vi o filme e achei legal, mas porque eu não queria assistir sem antes ter lido o livro, como fiz com Laranja Mecânica. Porque eu sabia que era um suspense meio Sherlock Holmes e eu não queria estragar a surpresa da resolução sabendo quem era o assassino antes de ler.

Então, eu acabei lendo. Demorei meses pra conseguir terminar. O livro é incrível, sem nenhuma dúvida; mas trabalhoso. Umberto Eco era um grande estudioso medieval, de linguística, especialista em semiótica, e apresenta para nós um cenário super detalhado, uma narrativa rica e vários trechos escritos em latim. E é aí que começa o nosso trabalho. Porque os trechos em latim são importantes para a história. Mas chego nisso depois.

A história se passa na Idade Média, numa abadia italiana que abrigava a maior biblioteca da cristandade. Os personagens são monges e outros membros da Igreja, sendo os protagonistas um velho monge franciscano, Guilherme de Baskerville, e seu "ajudante", um jovem monge chamado Adso. Sherlock Holmes (de Baker Street) e Watson respectivamente.

A trama principal são assassinatos em série e faz bem jus à comparação com Sherlock Holmes, uma homenagem que Umberto Eco fez a Conan Doyle. Só que o livro é cheio de camadas e, além da trama principal, ele abre espaço para discussões sobre as várias facções da Igreja Católica da época, sobre filosofia, sobre a hierarquia da Igreja, sobre os métodos da Inquisição, sobre política, sobre a própria Idade Média. E sobre a biblioteca e seus segredos.

Cena do filme "O Nome da Rosa"


Sobre as passagens em latim: e aí, precisa traduzir? Como eu disse, algumas passagens em latim são muito importantes para entender a história. E não tem nota de rodapé, não tem sempre explicação da frase depois. Se você ler pulando essas partes, vai acabar pulando páginas inteiras e perder o sentido do livro. E é por isso que eu chamei a leitura de trabalhosa. Você pode encontrar a tradução dos trechos em alguns sites, mas muitas vezes vai ter mesmo que colocar no Google Tradutor e traduzir à mão os trechos que não encontrar. Inclusive, a última frase do livro é um dessas frases em latim. Não é um spoiler, é só para dar uma ideia de como você precisa mesmo traduzir o negócio.

Já li algumas resenhas de leitores que me auxiliam sempre para tirar o melhor entendimento dos livros que eu leio e agora eu estou em busca do livro Pós-Escrito a O Nome da Rosa, também de Umberto Eco, onde ele faz algumas observações sobre o livro e o que ele esperava dele. Ainda não li, mas peguei a dica e resolvi compartilhar, já que estou resenhando o livro. Deve ter muita coisa interessante ali.

No final das contas, minha leitura do livro foi bastante satisfatória. É realmente um clássico. Recomendo.

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Item 10: Um livro clássico.
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Só para mim

A maneira de tocar com tanto sentimento — um sentimento real —, como se sentisse cada nota e não tivesse nenhuma vergonha delas. Como se tocasse sua própria verdade, independente do fato de que ninguém lhe oferecia a sua. Como não se importasse com as outras pessoas que estavam ouvindo, até porque ninguém ouvia. Não realmente.

Como se tocasse para ninguém.

Ou só para mim.

"Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free 
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands 
With all memory and fate driven deep beneath the waves 
Let me forget about today until tomorrow 

Hey, Mr. Tambourine man, play a song for me 
I'm not sleepy and there is no place I'm going to"

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

5 Dicas para criar o Hábito de Leitura


"Queria ler mais, mas não tenho tempo".

Quantas vezes a gente se vê fazendo esse comentário? A vida corrida, trabalho, compromissos, estudos... Tudo isso acaba drenando o nosso tempo e a nossa energia diária. Mas, quando vamos ver, estamos em dia com todas as séries, sabemos todas as novidades do Facebook, zeramos todos os stories do Instagram e estamos discutindo política em grupo de família no Whatsapp.

Se por inércia, cansaço ou preguiça mesmo, o fato é que perdemos muito tempo com distrações diversas e redes sociais. E acabamos deixando de lado os livros, que além de ser um hobby divertido é também um hábito saudável, que estimula a imaginação, a memória e o vocabulário. E, para quem além de leitor é escritor, também inspira e enriquece a técnica de escrita.

Motivos não faltam para se começar a ler. O que falta, às vezes, é só um pouco de organização. Como tudo na vida, precisamos encaixar na agenda nossas atividades importantes, para que elas não se percam na correria do dia-a-dia. E a leitura é uma dessas atividades.

Mas como organizar isso na vida?

Se você também quer tornar a leitura um hábito, eu vou dizer uma coisa: não tem mistério. Abaixo eu dou 5 dicas que funcionam para mim.


1. Faça uma lista dos livros que você deseja ler

Antes de tudo, para começar a ler, você deve escolher um livro. Isso é claro. Pesquise o estilo que lhe agrada mais, o que parece mais com você. Com essa informação, você pode conseguir indicações com amigos e também existem vários blogs e vlogs com dicas de leitura. Pessoalmente, eu recomendo muito o Tiny Little Things.

Então, faça uma lista dos seus livros na ordem que você pretende ler.

E quando acabar um, faça as anotações que quiser sobre ele e passe logo para o próximo, para não perder o embalo. É importante não cair no vazio que o livro deixa quando acaba - quando você fica "órfão" do livro -, porque é difícil sair dele. Mesmo quando o livro é mais denso e você precise de um tempo para digerir, tire algumas horas para arejar a cabeça, mas já deixe o próximo da fila à mão.

Você também pode fazer um Desafio Literário. Existem vários tipos de desafio e o objetivo é auxiliar nas nossas leituras e dividir impressões com outras pessoas. Há duas semanas, eu abri o Desafio Literário de 2018. Não deixe de conferir.


2. Varie entre livros densos e mais leves
Se você está começando agora, é importante que esse livro seja interessante para você. Não adianta pegar um livro pesadão neste momento, porque você vai largar na primeira oportunidade e vai passar todas as atividades possíveis na frente dele. E toda a sua organização já era.

Depois, vá aumentando a complexidade e densidade. E vá alternando.

Se você acabou de ler Irmãos Karamazov (Dostoiévski), pegue depois um Cor da Magia (Terry Pratchett), um romance erótico ou algum estilo que você prefira.

Você já deve ter ouvido por aí que é importante ler os clássicos. É verdade! Livros densos e cabeçudos fazem você crescer como leitor.  Mas isso não quer dizer que você tenha que ler só esse tipo de livro. Variar estilos faz com que o hábito de leitura fique mais leve e não se torne uma obrigação.

E manter-se sempre aberto às novidades nos torna leitores menos preconceituosos. E tem muita coisa boa entre as novidades. Muito escritor talentoso por aí, se a gente for procurar.


3. Escolha um horário do seu dia 

Para uma atividade se tornar um hábito, é necessário inseri-lo na sua rotina. Para isso, você precisa definir um horário no qual você vai simplesmente sentar a bunda na cadeira e ler. Pode ser na hora do café da manhã; durante a ida para escola/faculdade/trabalho, caso você não vá dirigindo; no intervalo do almoço ou à noite, antes de dormir.

Definir um horário vai acostumar a sua mente e associar aquele horário à leitura.

Pessoalmente, eu sempre leio antes de dormir. Não sei se é o melhor horário, porque se a história acabar empolgando, o perigo de passar direto é grande. Quantas vezes não vi o sol nascer assim? 😅


4. Crie um espaço para leitura
Comprando meu Apê
A despeito de você pretender ler em casa ou não, você deve arrumar um canto tranquilo e sem distrações. Digo isso porque a coisa mais fácil é você estar super disposto a pegar seu livro e, então, chega uma mensagem no Whatsapp. Aí, para aproveitar, você também dá uma olhada nos outros grupos. Aí abre o Instagram...

Quando não evitamos os estímulos externos, o perigo de nos distrairmos é grande. É importante ter força de vontade para não se deixar levar e, se possível, ficar longe do computador e colocar o celular no silencioso.

E, caso você goste de ler no tablet, silenciar as notificações.


5. Trace uma meta diária

Uma técnica que a maioria dos grandes leitores utilizam é contar as páginas que se lê. Dessa forma, você pode registrar quanto está lendo lido e quanto se pretende ler.

Essa técnica é melhor que contar livros. Porque é bem fácil ler dois livros por semana se cada um tem 100 páginas. Mas se você, como eu, incluir Os Miseráveis (Victor Hugo, 1512 páginas) no meio da sua fila de leitura, vai ter alguma dificuldade de acabar em três dias. A menos que você esteja de férias e só faça isso da vida.

Então, você pode começar com uma meta de 10 páginas por dia. Se você passar dela, ótimo, ganha  crédito pro próximo dia. No final da semana, você terá lido 70 páginas. Se você conseguir ler mais que isso, pode dobrar a quantidade e ler 20 páginas por dia. No final da semana, terá lido 140 páginas. E por aí vai. Por mais difícil que seja o livro, quando você for perceber, vai estar marcado como lido no Skoob.

Alguns dias, você vai conseguir ler mais. O importante de traçar uma meta é não ler menos que ela.

Este ano, ensaiei algumas metas de leitura e escrita para voltar à velha forma. As tarefas diárias são bem fáceis e não devem dar muito trabalho para completar. Ano passado tracei metas mais ousadas e não consegui cumprir nenhuma. Não queria cometer esse erro de novo.

Portanto, trace a sua meta e leia. Você com certeza estará ganhando mais que quando perde tempo nas redes sociais ou discutindo no Facebook.

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E aí? Gostou das dicas? Quais você vai adotar na sua rotina?
Não esqueça de curtir o post e deixar seu comentário.


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sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Desafio Literário 2018

Como em todo ano, logo no início de janeiro eu costumo apresentar o Desafio Literário que eu pretendo seguir durante o ano. Ano passado, eu propus o Desafio Literário abaixo, mas aconteceu tanta coisa que não consegui seguir nada. Então, este ano me propus a cumprir o mesmo desafio.

Seguem os temas:


1- Contos
Histórias curtas podem ser o primeiro passo para se conhecer um autor. Leia um livro de contos de qualquer autor que você deseje.


2- Assunto polêmico
Drogas, religião, política. Leia um livro sobre algum assunto polêmico.


3- Escrito há mais de 100 anos
Tire a poeira do armário. Um livro antigo pode ser uma excelente leitura.


4- Escolhido pela capa
E aquele livro que você acabou comprando porque gostou da capa? Chegou a hora de começar a ler.


5- Fantástico!
Realismo fantástico, dark fantasy, fantasia urbana, fantasia épica. Leia um livro que desafie a realidade.


6- Com uma cor no título
Vamos colorir o mês lendo um livro que tenha uma cor em seu título. Pode ser em qualquer idioma.


7- De autor brasileiro
Para provar que também temos excelentes autores no Brasil, chegou a hora de ler um livro nacional.


8- Escrito por uma Mulher
Virgínia Woolf, Jojo Moyers, Clarice Lispector, J. K. Rowling. Girl power. Vale qualquer estilo, o importante agora é que a autora do livro seja uma mulher.


9- Adaptado para o cinema
O que é melhor, o livro ou o filme? A gente só vai saber quando ler. Leia um livro que virou filme.


10- Clássico
É sempre bom ler os clássicos. Chegou a hora de conferir por que aquele livro virou referência literária.


11- De um autor iniciante
Também temos que dar uma chance a quem está começando. Tem muito autor bom chegando por aí.


12- Distopia
Um futuro imaginário, um passado ou presente em que os personagens vivam em situações de opressão ou privação. Leia um livro que se passe em um cenário distópico.

O Desafio Literário é um método para você se desafiar a ler mais e melhor através dos temas propostos para cada mês. Você não precisa ler necessariamente na ordem; o objetivo é ler pelo menos doze livros por ano, um livro por tema, um livro por mês. E não valem releituras.

Para participar, basta você fazer sua publicação uma vez por mês (se houver atraso em algum mês, pode postar duas no seguinte) usando a hashtag #DLdofundodomar. Pode ser no Instagram, no Facebook, no seu Blog ou em qualquer rede que você quiser.

Não existem perdedores no Desafio Literário. A intenção é apenas ler mais.

E que comecem os jogos.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

2018

Olá, queridos leitores e amigos!

coração da minha janela
 
Mais um ano se inicia e, com ele, mais um ciclo se encerra. Vamos torcer para que este ciclo que se encerra seja o grande vácuo que este blog se tornou 😰.

Faz algum tempo que tenho ficado longe do blog, longe da escrita em si, sem conseguir parar para organizar as coisas por aqui, dar uma atenção especial, pensar criativamente e escrever. É sempre muito trabalho, muita coisa para organizar na vida real, as contas para pagar. A gente termina deixando de lado o que, mesmo que seja importante e a gente ama, não é tão necessário assim. Infelizmente o blog é uma dessas coisas que ficou escanteada.

De toda maneira, como sempre, começo de ano e tal... Podemos sempre recomeçar 😊. E as coisas por aqui vão mudar um pouco.

Os posts agora serão semanais, sempre às sextas-feiras a partir das 18h. E em cada semana do mês, teremos um tema diferente: teremos os habituais textos autorais (contos, crônicas e pensamentos), resenhas, algumas blogagens coletivas, novidades e dicas de leitura ou de escrita. E às vezes uma conversa mesmo, como esta que estamos tendo agora. Mas a grande novidade é que teremos escritores convidados aparecendo por aqui de vez em quando.

E, é claro, temos também o nosso Desafio Literário 2018.

O Desafio Literário é uma maneira de ler mais e de ler livros de gêneros diferentes do que estamos habituados. De pesquisar coisas novas e se permitir conhecer um novo autor. Ou até mesmo ler as mesmas coisas, mas que se encaixe nos temas sugeridos pelo desafio.

E é isso. Minha proposta é que este ano seja melhor que o passado, tanto na parte de leitura quanto na parte de escrita. Inclusive, estou escrevendo meu novo livro, que era para sair ano passado, mas acabei deixando pra lá também 😬. Meu primeiro livro foi concluído em 2016, vamos ver se o segundo sai agora em 2018.

E que se inicie o ano. Feliz 2018 para vocês!