O título do livro em português é "Direitos iguais, rituais iguais", mas convenhamos que o título em inglês é muito mais legal; sem escancarar o trocadilho assim, de graça. Equal rites é o terceiro livro da série fantástica Discworld, de Terry Pratchett, autor de vários livros dessa mesma série (que já vai pra mais de 20, alguns sem tradução ainda para português), além de um livro genial em parceria com Neil Gaiman, o Belas Maldições.
Apesar de gostar bastante dos livros de Pratchett, sempre achei que ele enrolava demais descrevendo coisas engraçadas do mundo, criativas, mas sem muita importância, e deixava os livros arrastados. Os dois primeiros Discworld são, para mim, um exemplo de como alguém pode escrever tanto em cima de quase nenhuma história. Quando comecei a ler este terceiro e percebi que os personagens não eram os mesmos, já fiquei mais feliz.
A história é sobre Esk, uma menina de 9 anos que herdou o bastão de um mago. O problema é que nunca houve na história do Discworld uma maga mulher. Havia bruxas, mas nenhuma maga. Apesar disso, a magia — que neste mundo é quase um ser vivo muito perigoso, algo meio radioativo, que não consegue ficar muito tempo contido num só corpo — começa a agir tão estranhamente em volta de Esk que a tutora dela, que queria fazer dela uma bruxa e tem muito preconceito contra magos, resolve levá-la para estudar na Universidade Invisível, onde ela se tornaria uma maga. Isso é, se ela fosse aceita.
Diferente dos outros dois livros, achei Equal Rites detalhado na medida certa, sem ser chato em nenhum momento, com um ritmo aceitável para um livro de fantasia e a ironia e criatividade características de Terry Pratchett. A personagem de Esk é muito interessante, mas queria dar ênfase à personagem da Vovó Cera do Tempo, a tutora dela, que se saía várias vezes com frases de sabedoria muito boas. Além do bastão de Esk, que tem a personalidade tempestuosa e perigosa parecida com a do baú, dos primeiros livros, e terminou sendo meu 'personagem' preferido.
O livro inteiro é bastante sarcástico, engraçado, sem ser bobo, assim como todas as coisas escritas por Pratchett. Por algum feliz motivo, ele foi comedido em falar sobre coisas de fora da história, mantendo-se firme no propósito de terminá-la sem sair muito da linha. Só foi ruim que eu perdi o timing do desafio e só consegui resenhar agora, mas era para o desafio de agosto. Enfim, antes tarde do que nunca.
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Esta é uma resenha para o Desafio Literário do Tigre 2014, do blog da Tadsh. O tema de Agosto é "Risos": ler e resenhar um livro que me faça rir. Para saber mais sobre o desafio, entre na fanpage ou saiba mais no blog.
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Esta é uma resenha para o Desafio Literário do Tigre 2014, do blog da Tadsh. O tema de Agosto é "Risos": ler e resenhar um livro que me faça rir. Para saber mais sobre o desafio, entre na fanpage ou saiba mais no blog.
3 comentários:
Interessante. nunca tinha ouvido falar... Eu tenho um certo problema com livros que fazem longas descrições. Tipo Senhor dos Anéis, que eu gosto, mas não li direito por causa disso. Uma página inteira descrevendo uma maçaneta? Ai meu Deus, pulo! kkkkkkk
Mas se é um livro sarcástico, talvez não seja tedioso como acabo achando os de longas descrições. Interessante mesmo :)
Carol, recomendo só este terceiro. Os primeiros são altamente descritivos e muitas vezes tediosos. Como não tem muito o que fazer na história dos dois primeiros livros, visto que ela inteira não é mais que um tour pelo Discworld, Pratchett fala mais sobre coisas abstratas, sobre deuses e outros mundos, sobre comparação entre magia e matemática. Pessoalmente, achei chato. Este terceiro é muito melhor e eu recomendo.
hehehe obrigada, flor. Dica anotada =D
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