sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Qualquer coisa


Necessidade. Como aquela de ir ao banheiro, depois de uns copos de cerveja. A urgência que nos faz usar mesmo aquele banheiro químico dos carnavais de rua. Sinto-a em todos os segundos que passo sem escrever. Já fazem longos segundos. Longos dias. Longos meses.

Todo artista tem uma necessidade quase primitiva de criar. O escritor não é diferente. Mas criar nunca é fácil. Exige tempo, exercício, constância. As ideias não faltam, a inspiração não some, mas se perde a noção para reconhecê-las, alcançá-las e transformá-las em algo. Isso se adquire com prática. Como qualquer exercício.

Este é um exercício. O início de um, com pouco peso e quase nenhuma intensidade. Um ato de escrever qualquer coisa, pegar o papel e sair discorrendo. Metalinguagem ajuda. Escrever essas linhas já ajuda. É um começo. Tudo precisa de um ponto de partida.

Começar. Prosseguir. Nunca parar.

Porque preciso escrever. Qualquer coisa serve.


Imagem: GettyImages

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