sábado, 17 de agosto de 2013

Resenha: 1933 foi um ano ruim

No início, achei que este livro era igual ao Vinho da Juventude, ou ao Espere a Primavera, Bandini, e fiquei meio abusada para ler. Afinal, já tinha lido dois livros sobre a infância de Fante, disfarçados de ficção ou não, e meio que cansei das mesmas histórias. Pobreza, casebre humilde, pai pedreiro, mãe cansada e maltratada pela vida, família italiana, colégio católico, freiras, um menino, muitos irmãos, um sonho, inverno. Às vezes, acho que a infância inteira de Fante se passou no inverno.

Como estava sem paciência, deixei o livro encostado e fui ler outras coisas, até tomar coragem e recomeçar. E descobri que tudo o que eu achava que seria o livro era aquilo mesmo. Mas eu não me importava. Porque aquilo era Fante. Foi a escrita dele o que, primeiramente, me fez gostar dele de cara, nos outros livros que eu li antes. Fante desce fácil. Era isso que eu tinha esquecido; o quanto, mesmo com a mesma temática, eu adorava a verdade das palavras dele. O quanto ele sentia aquelas palavras.


Depois de reclamar, dar chilique e abandonar o livro por dois meses, acabei começando de novo e lendo em poucas horas. E ele é o cara. Não é à toa que Bukowski era fã dele.

Um comentário:

Bruno Portella disse...

É bem isso. Fante desce fácil - puta habilidade escrever simples e gostoso.

Gostei de ter ficado 'abusada' pra ler, haha.