No início, achei que este livro era
igual ao Vinho da Juventude, ou ao Espere a Primavera, Bandini, e fiquei
meio abusada para ler. Afinal, já tinha lido dois livros sobre a infância de
Fante, disfarçados de ficção ou não, e meio que cansei das mesmas histórias. Pobreza,
casebre humilde, pai pedreiro, mãe cansada e maltratada pela vida, família
italiana, colégio católico, freiras, um menino, muitos irmãos, um sonho,
inverno. Às vezes, acho que a infância inteira de Fante se passou no inverno.
Como estava sem paciência, deixei
o livro encostado e fui ler outras coisas, até tomar coragem e recomeçar. E descobri
que tudo o que eu achava que seria o livro era aquilo mesmo. Mas eu não me
importava. Porque aquilo era Fante. Foi a escrita dele o que, primeiramente, me
fez gostar dele de cara, nos outros livros que eu li antes. Fante desce fácil. Era
isso que eu tinha esquecido; o quanto, mesmo com a mesma temática, eu adorava a
verdade das palavras dele. O quanto ele sentia aquelas palavras.
Depois de reclamar, dar chilique
e abandonar o livro por dois meses, acabei começando de novo e lendo em poucas
horas. E ele é o cara. Não é à toa que Bukowski era fã dele.
Um comentário:
É bem isso. Fante desce fácil - puta habilidade escrever simples e gostoso.
Gostei de ter ficado 'abusada' pra ler, haha.
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