sábado, 26 de julho de 2008

Meu leitor de CD/DVD

Faz algum tempo que o leitor de CD/DVD do meu computador está com frescura para abrir. Ele não prende CDs; mas, quando está vazio, não abre de jeito nenhum. Agora a coisa piorou e ele está cheio das vontades. Agora ele não lê mais nada, o enjoado, nos raros momentos em que eu consigo fazê-lo engolir alguma coisa.

Não sei quando isso começou, mas deve ter sido no fim do ano passado, quando comecei a passar meus CDs de música pro computador. Faço isso para poder ouvir enquanto trabalho ou converso no MSN. Então, deve ter sido depois que dei fim ao meu aparelho de som azulzinho, que desligava sem mais nem menos. Sim, aparelhos voluntariosos me adoram.

Foi quando, de poucos dias pra cá, fui tentar colocar um CD original no leitor. Nada. Abri e fechei pra ver se pegava. Nada. Reiniciei o computador. Não adiantou. Tirei o CD e fechei sem querer. Foi mais meia hora para ele voltar a abrir. Coloquei um DVD original. Nada feito. Tentei um CD do trabalho da especialização. Não. Um CD de anime. Até parece.

Não sei o que houve com meu leitor de DVD. Achei que ele tinha queimado em alguma baixa de energia, como aconteceu com minhas caixas de som. Só que, depois de tanto tentar, ele aceitou um DVD dos Beatles. Convenhamos, pelo menos ele tem bom gosto.


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sábado, 19 de julho de 2008

Apenas por alguns dias



Vamos fugir.

Desaparecer por uns dias

Abandonar o trabalho

Juntar os amigos

E partir para longe daqui



Seguir sem rumo

Mandar as obrigações para o inferno

Mala na mão

Liberdade no peito.

Ser irresponsável

Apenas por alguns dias

Ser livre

Por quanto tempo durar.

Vamos fugir

Hoje

Não esperem notícias.

Não mandarei notícias.


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terça-feira, 15 de julho de 2008

Amnésia

Imagine-se criança, em sua primeira vez num circo. Palhaços, ursos, leões e trapezistas. Motos no globo da morte, risadas, olhos brilhantes. Ou num parque de diversões, perdido no meio de rodas-gigantes, montanhas-russas, bate-bates e trens-fantasma. É quando você se esquece de chorar.

Imagine-se adolescente, acometido pela sua primeira paixãozinha juvenil. Quando aquela pessoa passa, o coração bate forte. São dias sonhando acordado; noites em claro, pensando em como se fazer notar. Num dia, enfim, o milagre acontece: ela finalmente olha para você. É quando você se esquece de respirar.

Você cresce, escolhe uma profissão e começa a estudar para entrar na faculdade. Você tem um objetivo e passa um ano esquecendo-se das saídas com os amigos, das bebedeiras dos fins de semana, dos shows imperdíveis. Até que chega o dia do resultado. A vitória. Gritos, prantos, risadas, cabeça raspada e muita comemoração. É quando você se esquece do bom senso.

Faculdade. Novos amigos, novas festas, mais liberdade. Tudo de uma vez. Provas, reprovações, trabalhos, cursos de férias. Nem os fins de semana são seus. Congressos, viagens, publicações. É quando você se esquece da monotonia.

Agora você é adulto. As obrigações são mais urgentes, os prazeres mais valiosos. O dinheiro é contado, o trabalho é intenso, os fins de semana são para descanso. A cabeça nunca mais foi vazia. Você se esquece de ser irresponsável.

É quando nasce seu primeiro filho. Você acompanha os primeiros passos, as primeiras palavras. Leva à escola, esportes, cursos. Está ao lado dele nos melhores e piores momentos. E em cada um deles, você se esquece que homens crescidos não choram.

Então você envelhece. A história da sua vida rende narrativas longas e interessantes. Os netos se espalham ao seu redor para ouvir suas palavras de sabedoria. E, naquele momento, você lembra do passado e se esquece de ter pena de si mesmo.

Esquecer nem sempre é ruim. De vez em quando, é bom deixar de lado as preocupações, as derrotas, as tristezas. Esquecer as pessoas que lhe fazem mal. Esquecer os sentimentos ruins.


Apenas não se esqueça nunca de viver.

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domingo, 13 de julho de 2008

Insensível

Longe de sentir o amor que tentei sugerir todo o tempo, senti apenas tédio. Olhei teu rosto, vi tuas lágrimas e não senti nada. Não menti, admiti a verdade: não te amo mais. Não te amava mais há muito tempo. Não pude esconder nada, naquele momento. Acuse-me de tudo, menos de ser insincero. Pudeste ler tudo em meu rosto e, ao perceberes minha expressão indiferente, terminaste indo-te embora. E eu, que não te amo, permaneci ali.

De longe, te vi lamber as feridas e tentar superar a dor. Aquela que tu sentiste e foi ínfima demais para me alcançar. A que surge quando o amor acaba, pondo fim a promessas e expectativas, planos e "felizes para sempre". A causadora da lágrima que cutucou o meu ombro, disse "adeus" e caiu aos meus pés.

Naquela despedida, eu estava distante. Sabia que me amavas e eu te feria. E de onde estava, só queria que tudo acabasse logo e me deixasse só, com meus pensamentos. Não tardou, tive meu desejo satisfeito: fiquei completamente sozinho, eu e meu coração de pedra.

E eu, que não mais te amava, chorei.


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sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu sonho

Eu sonho para instigar a imaginação. Eu invento projetos, concebo planos mirabolantes e tento uma coisa nova a cada dia para criar meios de tornar real cada fantasia. Idealizo, imagino, planejo. Nem sempre dá certo; nem todos os sonhos são realizáveis. Alguns são apenas sonhos.

E qual o objetivo disso? Respondo sem hesitar: eu sonho porque sem os sonhos, não há a alegria do alcançar; não há esperanças, não há o esperar. Buscamos aquilo que desejamos, aquilo que secretamente queremos. Sonhamos em vencer, em ser alguém. Nem só de sonhos vivem os homens, tampouco eles vivem só de realizações.

Por isso, meu desejo é viver intensamente e isso não quer dizer que eu não viva. Posso não ter feito tudo o que queriam meus sonhos...

Mas sou aquilo que quis ser, um dia.


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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Um Novo Projeto


Há algum tempo me ocorreu a idéia de fazer um blog coletivo, onde uma história qualquer fosse contada. Pensei em algumas propostas e nenhuma me pareceu boa o suficiente para ser posta em prática. Até recentemente, quando conversei com uma amiga e ela gostou da idéia.
O Palavras de Papel conta uma história que se passa numa cidadezinha do interior da Inglaterra, no século XIX. Ou melhor, ele conta várias histórias, cada uma em forma de uma pequena carta, escrita por algum morador ou alguém que tenha qualquer relação com aquela cidade.
O projeto é uma brincadeira e um exercício de criatividade e improvisação, onde os autores lançam mão de ganchos, pontos de vista e, obviamente, criatividade para ambientar uma época que nenhum de nós viveu. Tem o objetivo de ser simples e divertir tanto quem escreve quanto quem quiser ler. Enfim, é só uma brincadeira.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Saiu no Jornal

Há alguns meses, comentei com minha mãe que o óleo de cozinha não deveria ser jogado na pia, como se fazia aqui em casa. Eu disse que era um absurdo, que poluía a água e que já existiam locais que coletavam o óleo para fabricação de biodiesel. Só precisávamos armazenar em uma garrafa e levar. Ela estava meio distraída, mas sei que me ouviu. Falou um pálido "é mesmo?" e continuou o que estava fazendo.

Mês passado, saiu no jornal que o óleo de cozinha era um grande poluente, que contaminava a água e listou alguns lugares que estavam fazendo a coleta do óleo para fabricação de biodiesel. Eu nem saberia disso, não fosse a minha mãe me alertando, no café da manhã, enquanto lia o precioso jornal: "olha, Marina, sabia que o óleo de cozinha...". Gostaria de dizer que ela não continuou a falar e deu uma bela risada; mas seria uma mentira.

Às vezes acho que fiz a faculdade errada. Deveria ter sido jornalista.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Reiniciando

Do Fundo do Mar para outros horizontes...
Bem-vindos ao novo Do Fundo do Mar, agora na versão blogspot.