segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Abraço


Hoje, busquei um abraço e me surpreendi com o quanto era confortável. Eu já sabia que era. Surpreendi-me mesmo com o fato de eu ainda me surpreender com isso.

Talvez tenha esquecido, nos momentos em que passo longe, ocupada com o resto da minha vida. Talvez seja bom esquecer. A surpresa me faz lembrar do primeiro abraço. Faz-me lembrar de como eu me agarrei àquele abraço para justificar minha relutância em ir embora.



"And when my love for life is running dry..."*

Imagem: GettyImages
*Música: If 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Injustiças

E quando você olha para todos os lados até perceber que a única maneira de sair do fundo do poço é perdendo algo de que gosta muito?

Ainda olhando para os lados, você também vê um monte de pessoas se dando bem à custa de outras. À sua custa. Você perde, pessoas desonestas ganham.

Às vezes, parece que é errado ser honesto.

"Coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz..."*

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Poderia

Poderia falar desses dias: de sentir demais, de falar de menos. De nunca mais escrever; sem palavras, sem saber o que dizer. É isso, aquela que nunca ficou sem palavras por muito tempo, agora parece que as perdeu por completo.

Poderia falar do começo: de procurar pelo mundo, desistir e, então, avistar. De negar. De nunca lutar para ter, mas querer mesmo assim. De não correr atrás, mas andar sempre ao encontro de. De parar, exausta, e desistir de novo. Desistir de resistir.

Poderia falar dos deslizes: dos destoques, das desconversas, dos desencontros. Das músicas, de esperar, da vontade de encontrar e do medo do encontro. De sonhar acordada. E nunca dormir.

Poderia falar de mim. Mas talvez seja esse o problema.

Poderia falar de amor. Sim, poderia. Mas há muito perdi as palavras.

"The words will never show the you I've come to know"*

Imagem: GettyImages
*Música: If 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Friends never say goodbye

Hoje, pensei em todos os amigos que eu tenho e que já tive. Todos especiais, todos com seu valor na minha vida. Não tenho como quantificar carinho, nem é minha intenção agora homenagear o mais importante. Apenas quis escrever este texto — apesar de já saber que vai doer — porque este é o primeiro dia do amigo em oito anos que eu passo sem ele.


Nunca consegui terminar um texto decente sobre ele desde que foi embora. Já faz sete meses, mas ainda é duro entrar em casa e ouvir o som do silêncio. Ainda é duro olhar a porta da cozinha e não ver aquela cabecinha apoiada no "pára-Willy". Ainda mais duro é precisar daquela companhia e não encontrar.
Ele era a companhia que nunca faltou; aquele que ouvia concentrado, mesmo sem entender nada do que eu falava. Ele foi aquele que me aguentou, não importava como eu estava na hora. Foi aquele que assistiu às minhas lágrimas em silêncio. E que nunca julgou nada, por mais errada que eu estivesse.
E só me machucou quando foi embora.
Saudade. É difícil dizer adeus. Amigos não dizem adeus.

"Friends never say goodbye
Never say goodbye"*

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Outros quartos

Hoje estou oficialmente passando do primeiro quarto de século.


Vejamos como serão os outros quartos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sob o Sol de Toscana


"Dizem que assentaram os trilhos entre Viena e Veneza antes que houvesse um trem para fazer o trajeto. Mas, mesmo assim, construíram. Eles sabiam que, um dia, ele chegaria."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Idéias – Desafio das Listas

23/05 – As melhores idéias que você já teve para o seu blog

Nome do blog
Tentei imaginar um título que tivesse a ver com o meu nome e que significasse alguma coisa. Que explicasse o blog inteiro por si só. Quando pensei nesse nome, não consegui mudar mais. Pensei: "that's it". E está aí até hoje.

Escrever "momentos"
Eu era pequena, quando li meu primeiro "momento". Foi num livro de português, um texto que iniciava o capítulo do livro. Gostei da maneira que ele conseguia ser uma história e conseguia ser curto. Dizia muito em poucas palavras. Era fácil de ler. Percebi que queria fazer isso aqui: escrever contos curtos, de três parágrafos, quatro, pouco mais, pouco menos. O nome "momentos" quem deu foi o Bruno. Eu gostei. Estão na categoria "contos" que, um dia, mudarei para "momentos".

Terminar (a maioria d') os textos com o trecho de uma música
Sempre que termino de escrever um texto, uma música me vem à mente. Se não vier, eu procuro. Acho que textos e músicas se completam, se inspiram. Faço a conexão e espero que a música consiga dizer mais que eu.

Sempre colocar uma imagem
Imagens prendem a atenção. Gosto de coisas bonitas. Gosto que os vários tipos de arte se completem numa só obra. Texto, música, imagem. Uma obra completa. Só falta dançar.

Divulgar via twitter
Eu não tinha muitas maneiras de divulgar uma atualização para os meus amigos e leitores. Foi quando eu descobri o twitter. Entrei no twitter (há uns dois anos) gprincipalmente por isso. Só depois que ele virou vício.

Imagem: GettyImages

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Críticas - Desafio das listas

20/05 – Como você lida com as críticas.

Eu acho que já disse aqui algumas vezes: eu adoro comentários. Mas, uma vez que a gente cria um blog e dá a cara para bater, está sempre sujeito tanto a elogios quanto a críticas. E nem todo mundo sabe lidar com isso.

Existem três tipos de críticas: as construtivas, as dispensáveis e os trolls. Por sorte, ainda não tenho nenhum troll; acho que eles ainda não me descobriram aqui.

O importante é você saber diferenciar as críticas construtivas das dispensáveis. Pessoalmente, não sou boa nesse quesito. Às vezes, juro que dá vontade de dizer "aham, Claudia ", mas eu espero. Deixo para ler depois e avaliar se a crítica tem fundamento. Se eu concordar, corrijo na mesma hora. Se eu discordar, eu termino ignorando.

O que me irrita, no meio dessas críticas dispensáveis é aquele sabichão que aparece de vez em quando para analisar seu texto como se fosse seu editor profissional: "olha, acho que você deveria mudar aquela palavra tal por essa aqui, porque eu não gosto dessa expressão". Quem te contratou, ô intrometido? O texto é meu e eu quero usar a expressão que me der na telha, dá licença? Anyway, eu termino ignorando.

Mas, no geral, acho que tenho lidado bem com o que aparece. Estou aqui para isso. Que venham as críticas; que elas me façam crescer.

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Procrastinando - Desafio das Listas

19/05 – Coisas que você vive procrastinando

- Organizar feeds
Meus feeds vivem uma bagunça. É igual ao meu quarto: o negócio é manter organizado. Pra organizar depois, me dá uma preguiça monstra.

- Zerar o leitor de feeds
Fora que não tenho lido nada. Quando leio, é um ou outro, mas nunca consigo zerar tudo.

- Organizar pastas no computador
Outro quarto. Nossa, tenho muitos quartos pra arrumar.

- Atualizar meu about
Deve ter uns dois anos que eu não mudo. Só faço pequenas modificações.

- Publicar esse post
Era pro dia 19, quase que não sai.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Comentários memoráveis - Desafio das listas

16/05 – Os comentários mais memoráveis que você já recebeu

Adoro comentários, todos eles. Mas "memorável" é para quem tem memória. Eu, que não tenho, vou ter que garimpar aqui. Eis alguns dos melhores:


1. Andréia disse... (no post Enquanto a fogueira ardia)
Uma graça! Vou ler com os meus alunos, da alfabetização. bjo, bjo.
(A parte memorável da história é que ela não só realmente leu com os alunos da alfabetização, como mandou todo mundo fazer um desenho sobre a história. E ficou de me mandar os desenhos pelo correio, mas deu algum problema no envio.)

2. Bruno Portella disse... (no post Pela Janela)
Tenho sempre a impressão que você cria uma narrativa do seu cotidiano, como se, aos poucos, transformasse sua vida em uma coletânea de contos. E com que delicadeza!
Este aqui é lindo. Eu leio literalmente e é lindo. E quando imagino que possa ser algo mais profundo, uma analogia pra algum fantasma seu um pouco menos colorido, ele continua lindo.

3. littlemarininha disse... (no post Insensível)
Meu, MUITO obrigada pela sua história! Peço inclusive autorização pra usá-la... mesmo achando que não poderei usa-la como gostaria. Enquanto lia, parecia que olhava num espelho. No final, então, nossa, até me arrepiei aqui!
Quando eu sinto alguma coisa, gosto de gritar isso, gritar mesmo, espalhar, dizer, mostrar, principalmente quando se trata de alguma coisa que me faz mal de certa maneira. Seu texto, por incrível que pareça, parece um grito meu agora. Não dá pra usar como gostaria, mas "usa-lo-ei" de alguma forma, hahaha. Com os créditos, claro!

4. V.H. disse... (no post Apenas Palavras)
Agora eu entendi. Se fosse um texto normal, teria poucos comentários. Mas aí você apelou e resolveu fazer uma verdadeira poesia em prosa, um laço completamente sincero sobre vida e arte, que qualquer pessoa que ame escrever consegue sentir, consegue viver. Uma declaração apaixonada sobre algo que você faz muito bem. 23 é pouco! Que a tua inspiração seja eterna.

5. Rob Gordon disse... (no post Em Branco)
Algumas pessoas têm uma página em branco e não fazem nada com ela.
Você? Você fez mágica nesse texto.
Gente, garimpando, encontrei tantos comentários fantásticos. Mas só pode colocar 5, então vão os mais significativos. Demora, mas é uma delícia ler tudo de novo.

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terça-feira, 17 de maio de 2011

Conselhos e dicas - Desafio das Listas

17/05 – O melhor conselho/dica que você já recebeu

Outro post que não vai ser de lista.

Já recebi várias dicas sobre blogs, até mesmo as ótimas do blosque, mas houve um conselho que foi um marco para o Do Fundo do Mar. Foi Fabiano ou Jéssica, não lembro, que me disse que o background escuro dificultava a leitura. E eu mudei pro branco.

Fabis tinha me dito isso num blog antigo que eu tinha, de mesmo nome, mas que era no falecido weblogger. Uma vez no blogspot, eu sabia que tinha que mudar, mas tinha preguiça e nunca tomava coragem. Até que, um dia, resolvi dar uma ajeitada em tudo e mudei o banner, as barras laterais, criei ícones para os feed, twitter e contato; aumentei o espaço para os textos e a cor do background. Deu o maior trabalho, ainda mais para mim, que não sei mexer nada em html. Mas deu outra cara.

Só posso agradecer a todas as dicas que recebi desde o início do blog. E esperar aprender sempre mais, mudar para melhor.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Eu amo meu blog – Desafio das Listas

13/05 – Os motivos pelos quais você ama seu blog

Layout
Uma das coisas de que me orgulho no meu blog é o layout. Não sei mexer em nada de programação, mas com o tempo consegui modificar algumas coisas e deixar o Do Fundo do Mar parecido com o que eu queria. Simples, verde, leve, folhas, com background branco, funcional, sem muita frescura. Confortável para ser lido, espaçoso sem ser cansativo. Não sei se vocês acham o mesmo que eu. Aliás, quem quiser pode fazer alguma sugestão. Não sendo um "muda tudo, tá uma merda", eu prometo que considero.

Categoria: Contos
Uma das coisas que eu mais gosto de escrever são contos. Nunca mais tive inspiração, mas, quando me surge uma idéia de uma história para contar, é o que mais me anima a começar. E é o que mais me gratifica, quando eu termino de escrever.

Categoria: Humor
Não tenho tanta habilidade em contar histórias de humor, como alguns blogueiros que eu conheço, mas eu me divirto escrevendo. Geralmente, são histórias que realmente aconteceram, mas que sempre podem melhorar, dependendo da maneira que se conta.

Categoria: Pensamentos
Alguns textos autobiográficos surgem, mais raramente. Alguns me deram paz ao escrever. É para isso que desabafamos, não é? Para ter paz.

Comentários
Sempre vou bater nessa tecla. Os comentários são a alma do meu blog. Podem me chamar de puxa-saco, mas eu sou uma verdadeira fã de todos os meus leitores.


É isso. Agora, só segunda-feira.

*Esse post faz parte do Desafio das Listas, promovido pelo blosque.


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quinta-feira, 12 de maio de 2011

E o Kiko? - Desafio das listas

12/05 – Coisas que você gostaria que seus leitores soubessem sobre você

Estava pensando no que eu poderia dizer sobre mim aqui que não causasse uma reação como a do título do post. Bem, vejamos...

1. Eu sou dentista.
Acho que muita gente não sabe disso, apesar de eu já ter citado em algum post. Uma vez perguntaram aqui se eu era professora e houve tanta tiração de onda que quase tive que suspender os comentários (mentira). Sei lá, é assim tão inusitado um dentista gostar de escrever? Também temos coração, sabia?

2. Sou viciada em comprar livros.
Não em ler; em comprar mesmo. De uns dias pra cá, eu parei porque ando mais lisa que casca de melancia, mas pretendo retornar tão logo consiga ler todos os livros da minha pilha. Com calma, estou progredindo na leitura. Enquanto isso, a lista de livros para comprar só cresce.

3. Sou nerd.
Sou da época que ser nerd era ruim. Agora, parece que virou moda. Gosto de quadrinhos, Star Wars, mangás, animes, super-heróis, The Big Bang Theory, videogame, Neil Gaiman, Douglas Adams, Terry Pratchett e por aí vai...

4. Não sei cozinhar, mas adoro ler blogs de culinária.
Acho que é pelas fotos. Se deixarem, passo o dia inteiro vendo fotos de comida. O horário mais comum é pouco antes do almoço. Aí chego em casa e tem aquela comida de sempre; o mesmo gosto, a mesma aparência. Nada de mais. Bom, pelo menos eu chego com fome.

5. Eu vou de novo pro show de Paul McCartney.
Morram de inveja! Hahaha!



*Esse post faz parte do Desafio das Listas, promovido pelo blosque.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

EVER - Desafio das Listas

11/05 – A melhor coisa que aconteceu no seu blog, ever.


Bom, se é A MELHOR coisa que aconteceu, não vai ser uma lista. Enfim...

A melhor coisa que aconteceu por aqui foram as pessoas. Vocês, que estão me lendo agora, vocês são a melhor coisa que aconteceu aqui. Depois de algum tempo, escrever somente para si cansa e nós terminamos precisando de pessoas que julguem, critiquem, que nos façam crescer. Afinal, ninguém cresce escrevendo para si.

Então, aproveito a oportunidade para agradecer a presença constante de vocês aqui, me lendo, me incentivando a continuar, me inspirando. Minha missão aqui é entretê-los, fazer rir, fazer chorar, fazer pensar e trazê-los de volta mais uma vez. O mais incrível é que tenho conseguido.

Amanhã tem mais. Espero que voltem.



*Esse post faz parte do Desafio das Listas, promovido pelo blosque.


Imagem: GettyImages

terça-feira, 10 de maio de 2011

O que me faz feliz - Desafio das Listas

10/05 – Suas coisas favoritas relacionadas aos blogs – o que faz você feliz?


Escrever
Quando comecei o Do Fundo do Mar, como quase todo blogueiro iniciante, eu só queria um lugar para escrever. Mas a coisa foi se tornando maior, eu gostei daqui, das pessoas e descobri que gostava muito de

Ser lida
A experiência de ter pessoas lendo e gostando do que eu escrevia, do que eu inventava, era gratificante. Mais especial que o que eu fazia antes, nos meus caderninhos: escrever somente para mim. Daí, vieram os

Comentários
Há algum tempo que apóio a campanha de incentivo aos comentários nos blogs, como forma de manter o estímulo do escritor. Não preciso enfatizar mais essa questão. Os comentários também promoveram o

Contato com outros blogs
O meu leitor de feeds é cheio de blogs de temas parecidos e de temas completamente diferentes do meu. Através do meu blog, eu pude conhecê-los, saber da existência e virar frequentadora deles. E, depois de bastante contato via blog, twitter e afins, consegui alguns

Amigos
Sim, é possível fazer amigos através de blogs. Amigos, de conversar todo dia. Amigos, de conhecer pessoalmente. Amigos, de fazer brincadeiras, de tirar uma com a cara do outro, de lembrar deles nos momentos mais inesperados. Amigos. Não existe nada melhor que isso. Né, Bruno?

No final, a gente pensa que manter isso tudo até agora deu trabalho. Mas valeu a pena cada minuto. Até amanhã, gente.



*Esse post faz parte do Desafio das Listas, promovido pelo blosque.


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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sobre inspirações - Desafio das Listas

A Nospheratt, do blosque, propôs mais um desafio e eu, como adoro tudo que ela inventa, estou me propondo a participar. Não vai ser fácil, os dias ultimamente não estão cooperando.

As regras são postar uma lista por dia - dos temas que serão propostos - cinco posts por semana. Minha regra pessoal é fazer cinco itens em todas as listas. Hoje é o dia da primeira lista, que é:


9/05 – Blogueiros que influenciaram ou inspiraram você

1 Nospheratt

Quando entrei nesse mundo de blogs, não sabia o quanto era grande, complexo e cheio de regras. Sim, regras. Aprendi várias coisas valiosas no blosque, da Nospheratt. Lá, a gente encontra dicas de coisas que acho que todo blogueiro deveria saber. E coisas úteis. E coisas divertidas. É um blog bem prático, como a própria Nospheratt.

2 Andréia

Dos dez mil blogs que Andréia tem, chamo atenção para o Solstícios. A maneira que ela escreve sempre me encantou. E eu nunca fiz segredo disso. Acho que virei seguidora dela desde a primeira frase.

3 V.H.

Ele não está mais no mundo dos blogs, mas foi uma das pessoas que mais me inspirou no início, com seus textos profundos e bem escritos, no blog chamado Zaratustra Tem que Morrer. Se quiserem passar lá, ainda está ativo, apesar de não ser mais atualizado.

4 Bruna

Escritora do blog de lírio lilás, outro que nunca mais foi atualizado, Bruna escreve lindamente. Seus textos, sempre profundos e perturbadores, encantam pelo modo que é escrito e pelo sentimento que emana de cada palavra. Conheci o blog dela quando ainda não entendia muito bem nada disso aqui.

5 Álisson da Hora

Acho que acabei falando muito de gente que não anda muito mais por essas bandas. Álisson é meu conterrâneo e conheci os blogs dele também bem no início. Adoro o Todo Anjo é Terrível, blog literário, mas tenho um carinho especial pelo Ao perdedor, as Pancadas, um blog de humor sarcástico sobre como esse mundo é uma merda e como ele deveria acabar logo e de maneira bem rápida, sem sofrimento demais. É como deveria ser o fim de todas as coisas: rápido e indolor.

Basicamente, aqui estão os blogs que construíram o esqueleto do que o Do Fundo do Mar é hoje. Hoje, eu tenho mais outros blogs inspiradores. Certamente serão citados nas próximas listas. Então, até amanhã!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Teorias

A teoria é a seguinte: se você não tem medo de rã, uma rã nunca grudará na sua coxa ou nas suas panturrilhas; Se você não tem medo de lagartixa, uma nunca passará por cima do seu pé; Se você não tem medo de barata, uma nunca subirá pela sua perna, entrará na sua roupa ou passeará em cima de você quando você estiver dormindo. Eu tenho medo de barata. Sim, uma já subiu pela minha perna. Sim, uma já sapateou em cima de mim enquanto eu dormia. E tantos eventos felizes mais.

Esses episódios aconteceram na época em que eu morava em uma casa e, além do fato de ser menos seguro que um apartamento, este é um dos principais motivos pelos quais eu não tenho a mínima vontade de voltar a morar em uma casa, com jardim, quintal, árvores e insetos.

O primeiro episódio foi quando eu saía do banho. O banheiro era famoso por servir de morada para uma família particularmente numerosa de baratas, mas eu pensei que a cosquinha na perna era um fio solto da toalha. Só que ele estava subindo, subindo...

O segundo episódio foi numa época em que o mosquito da dengue estava bombando e minha mãe terminou colocando cortinado (mosquiteiro, como dizem alguns) em todas as camas da casa. Eu me sentia muito segura usando aquela cápsula contra insetos, até o dia em que, de alguma maneira, uma barata conseguiu entrar. Acordei no meio da madrugada me coçando. Quando acendi a luz, ela estava lá, bela e cascuda, passeando pelos buraquinhos, do lado de dentro do cortinado. Saí da cama muda, rápida e o mais discretamente possível para não assustar a nojenta e ela não pular de novo em cima de mim, e fui acordar meu irmão. Exigi a morte dela. Se fosse uma lagartixa ou uma rã, eu ia pedir somente pra ele jogar no quintal. Mas barata tem que ser esmagada (descarregar o tubo de Raid em cima dela não funciona, ela fica com as patinhas asquerosas pro ar se mexendo) para eu poder voltar a ser feliz de novo. Menos uma no mundo. Eu teria tomado um banho antes de voltar dormir, mas, como eu disse anteriormente, o banheiro era o reino das baratas e eu estava traumatizada. Acho que não dormi o resto da noite.

Hoje, eu vi uma barata albina e manca. E você? Você aí, que nunca teve medo de barata, já viu uma barata albina e manca? Não, né?

Imagem: GettyImages

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sem brilho

E nos seus olhos, o vazio. Era viva, porém morta. Viva, pois andava, ria, falava, dormia. Morta, pois tinha perdido todo o brilho de antes. Ria, sim, ria. Mas o sorriso não alcançava os olhos. Ria, mas era apenas um amontoado de músculos contraídos, que virariam rugas. Os olhos não tinham rugas. Não sorriam.

Era seu brilho que costumava aproximar as pessoas. Havia sempre pessoas em volta, como mariposas encantadas com a luz. Mas como toda luz, precisava de energia e esta foi se rarefazendo, se extinguindo, até não restar nada. Nem faísca para acender uma vela. E as mariposas foram sumindo, à procura de calor.

E nela, sem brilho, restou só o vazio. Desistiu.

"Once upon a time, there was light in my life
(Turn around, bright eyes)
"*

terça-feira, 12 de abril de 2011

Now


— Tell me you love me! Tell me you love me now!
— I love you now.

*Trecho do filme Encontro Marcado.

sábado, 2 de abril de 2011

Do outro lado

— Moça! Moça! Pelo amor de Deus, moça, você está bem?

Não, ela não estava. As dores que sentia pelo corpo todo eram pouco além de insuportáveis. Apagaria tão logo tivesse forças para fechar os olhos. Sim, só mais alguns milímetros...

— Moça? Espera, não dorme. Você precisa ficar acordada.

Não dormir... Mas dormir seria tão fácil. Talvez as dores sumissem, talvez voltasse para casa... Casa... Tinha uma casa. Uma casa da qual ela cuidava, pessoas das quais ela cuidava. Não um lar; mas, ainda assim, uma casa. Queria dormir e voltar para casa.

— Moça, está me ouvindo? Qual o seu nome? Responde, moça.

Nome? Lembrava de uma vida, mas não de um nome. Lembrava de pessoas, da casa, do trabalho... Lembrava de um rosto pequeno, sorrindo para ela, e de vários rostos idosos em camas de hospital. Mas apenas o rosto pequeno insistia em permanecer na sua cabeça, como se pedisse que não o esquecesse. Alguém que precisava dela. Talvez a vida estivesse mais impregnada nela que o nome, do qual não se lembrava.

— O que foi que houve com ela?
— Não tive culpa! O sinal estava aberto. Ela estava atravessando a rua distraída e não viu meu carro. A cabeça dela está sangrando e ela não responde.

Pela fresta dos olhos, conseguia ver os dois rostos apreensivos observando-a. Alguém verificava suas vias aéreas superiores. Lembrava das etapas de primeiros socorros e a segunda pessoa aparentemente sabia o que estava fazendo. Devia ter formação médica. E ele chegou rápido; deviam estar próximos ao hospital. A outra pessoa era um homem e parecia perdido. Como ela.

— Ela vai ficar bem?

Não se lembrava, em toda a sua existência, de alguém se preocupar com ela. O socorrista lutava por sua vida, mas aquele homem a olhava com dolorosa preocupação, como se ele se importasse. Era um pensamento confortante: ter alguém que cuidasse dela, para variar. Os pais nunca foram muito atenciosos. O pai de seu filho a abandonara tão logo soube da gravidez. E o pequeno não tinha idade de cuidar de ninguém. A vida dela era cuidar de pessoas: o filho, doentes, idosos... Devia estar justamente saindo do plantão antes do acidente, cansada e sonolenta. Nunca esteve do outro lado. Adorou a sensação.

— Ela não parece bem. Melhor levá-la logo para a emergência. Vai entrar na cirurgia.
— Ela vai viver?

Ela sabia responder essa. Não sentia mais dor, a não ser o aperto no peito ao lembrar-se do rosto de seu filho. Segurou a mão do homem desconhecido, antes de ser erguida do chão. Queria se desculpar, mas só conseguiu sussurrar, com o pouco de forças que lhe restava:

— Artur... Cuide... dele.

Fechou os olhos.


"As folhas, quando caem,
nascem outras no lugar."*
Imagem: GettyImages
*Música: Folhas de outono


quarta-feira, 30 de março de 2011

Os favoritos - Meme literário

 
Criado pela Mari, do blog A Leitora, esse meme funciona assim: a cada quinze dias, ela posta no blog algumas perguntas e a gente vai respondendo. Essa é a minha primeira vez participando desse meme. O melhor é que não precisa participar sempre, a gente só  vai e responde aquelas perguntas que nos interessarem. Soube do meme no pontoLIVRO, blog do Luciano. Achei que valia a pena fazer.



1. Qual o seu livro favorito?
 Belas Maldições, de Neil Gaiman.

2. Qual o seu autor(a) favorito(a)?
 Podem ser dois? Machado de Assis e Neil Gaiman.

3. Qual seu personagem favorito?
 Sirius Black, da série Harry Potter.

4. Qual adaptação de livro é seu filme favorito?
O morro dos ventos uivantes, de 1992. Com Ralph Fiennes e Juliette Binoche.

5. Qual gênero literário é o seu favorito?
É difícil escolher um estilo só. Vou escolher fantasia urbana, que é o que tenho lido mais ultimamente.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Subconsciente


Estava no intervalo do almoço da especialização e, como sempre, o pessoal decidiu ir a um bar para comer um camarão ao alho e óleo e tomar cerveja. Já fui avisando que a gente tinha aula à tarde e que eu não ia beber porque queria prestar atenção. Claro que todo mundo protestou, mas eu fui firme, dessa vez.

Quando já estavam me apelidando de "voz da consciência", passou uma garçonete. Chamei, antes que alguém pedisse alguma coisa:

— Moça, tem suco de quê?
— Aham. Uma Skol, OK — ela respondeu, anotando e concordando com a cabeça. E saiu, antes que eu dissesse alguma coisa. Ficou todo mundo olhando, sem entender.

Foi a primeira vez que ouvi meu subconsciente falar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Distração

No balcão do bar, ela chorava e ninguém entendia o que se passava. Fora largada ali mesmo por causa do seu mais insistente defeito. Mais incômodo.

Era recorrente: de repente, no meio de uma conversa qualquer, ela simplesmente se distraía com o som de um passarinho, ou de uma melodia ambiente. Era estranha a relação que ela tinha com a música. Nunca aprendera nenhum instrumento. Nunca teve talento para canto. Ela apenas tinha um apreço pela música que era acima do normal. E estaria tudo bem, se não interferisse na sua vida.

O problema era que, às vezes, estava realmente fazendo coisas importantes, quando se distraía com algum acorde. Trabalhava num escritório. Às vezes, estava ouvindo uma ordem de seu chefe e o celular de alguém começava a tocar. Música. Perdia o resto da explicação. Terminava cometendo um punhado de erros, sem nem perceber. Agora, tinha sido o namorado, que começara uma briga quando, enquanto contava algo de seu dia, percebeu que ela não mais prestava atenção. E foi embora, deixando-a sozinha.

Ela sofria, enquanto considerava. Os namoros nunca duravam. Agora, no bar, uma ou duas doses de whisky depois, ela chorava a recente decepção. Então ouviu o som, o mesmo que a distraíra momentos antes. Não era mais música; naquele seu nível de tristeza, parecia mais que isso. Era lindo. À medida que as notas prosseguiam, sua tristeza ia diminuindo. E ela soube. Havia um motivo pelo qual a música a distraía tanto. Nunca encontrara nada tão lindo quanto ela. Nem a voz do chefe. Nem o ex-namorado. Nem a dor era tão linda. Esqueceu-os.

"So I say thank you for the music
For giving it to me"

Imagem: Be Quiet

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Uptown Girls


"Toda história tem um fim, mas na vida cada final é um novo começo."



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Eu levo seu coração comigo

I carry your heart with me
E. E. Cummings

I carry your heart with me (I carry it in
my heart) I am never without it (anywhere
I go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)


I fear


no fate (for you are my fate, my sweet) I want
no world (for beautiful, you are my world, my true)
and it’s you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you


here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that’s keeping the stars apart


I carry your heart (I carry it in my heart)














In Her Shoes.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Culto

Tinha acabado de chegar com meu pai ao culto ecumênico de formatura da minha prima, filha do irmão dele. Chegamos bem atrasados e perdemos grande parte dos sermões, ficando apenas com as considerações finais dos palestrantes religiosos convidados. Permanecemos de pé, um pouco atrás, e eu comecei a tentar entender o assunto abordado. Eis que vejo um rosto familiar entre os palestrantes.

— Ei, painho. Vê como aquele pastor parece com tio Tato.

Tio Tato é o irmão dele, pai da minha prima formanda.

— É...

Silêncio. Ou melhor, o padre falava para os formandos alguma coisa sobre a importância da profissão deles para o mundo. Eu olhei o pastor com mais atenção.

— Ô, painho... Tio Tato é pastor?

— Acho que é.

A mulher do cerimonial começa a cantar uma música de igreja ao microfone. Olho pro meu pai com a maior cara de "¬¬".

— Painho. Aquele é tio Tato.

Pior mesmo foi, depois de tudo terminar, fingir que achamos lindo e inspirador o sermão a que nem sequer tínhamos presenciado. Eu, sem saber onde enfiar a cara e ensaiando a minha melhor expressão de "pff, lógico que eu vi e achei perfeito", na mais perfeita rasgação de seda. Nem desconfiaram. Eu espero.


Imagem: GettyImages

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Selo de Qualidade

Tive a honra de ganhar este selo fofo da fofa da Nanda, do Zonzobulando. Depois de um tempão acompanhando o blog dela, descobri um dia desses que o nome dele é em homenagem aos zonzóbulos, que a Luna, de Harry Potter, usa uns óculos esquisitos para poder enxergar. Foi engraçado ver os zonzóbulos espalhados pelo blog o tempo todo e eu, uma #potterforever (mas daquelas bem distraídas), só ter percebido isso quando ela falou. Preciso encontrar onde compra aqueles óculos.

As regras do selo consistem em responder algumas perguntas e depois repassar a 15 blogs.

Nome: Marina.

Uma música: The long and winding road - The Beatles.

Humor: Indeciso.

Uma estação do ano: Inverno.

Como prefere viajar: Sempre tive vontade de viajar de trem, mas nunca pude.

Um seriado: Só um? Vou de Glee.

Frase ou palavra mais dita por você: "Meu irmão, véi!"

O que achou do selo: Interessante o design dele, bem fashion.


Acho legal essa coisa de criar selos para recomendar a outros blogs e criar um elo entre blogueiros. Só que, em quase três anos de blog, já recebi alguns, mas nunca repassei um selo antes. *Vergonha*

Como me sinto ainda meio perdida, vou começar devagar, repassando só a 5 blogs. Aqueles que receberem, podem repassar aos seus 15.


- A Vida é Laranja: Minha querida amiga etê laranja e suas aventuras num mundo cheio de glúten.

- Quero um sanduíche de queijo: Meu amigo Bruno serve à la carte um mundo literário com Cheddar, Prima Donna, Gouda ou qualquer outro queijo à sua escolha.

- Mais que Palavras: A poesia e a prosa poética de Rebeca, que não usa as mãos para escrever, mas a alma.

- O Elemento Fogo: As peripécias hilárias de Larissa, que faz graça até com desgraça. Mas também nos surpreende com uma música de Charles Chaplin ou um desabafo inesperado.

- As Valsas Invisíveis: Poemas e textos visíveis de Eduardo, que vive atento à poesia do mundo e às suas imagens. Ah, a capacidade de capturar um momento e eternizá-lo...


Ainda tive vontade de homenagear outros blogs, mas prefiro deixar para outras oportunidades. Adorei o presente, viu, Nanda? Obrigada!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Peixe-boi

Estava tomando água de coco na beira da piscina, à sombra de um coqueiro, na praia, numa vida beeem difícil. Ao longe, só vejo meu primo, depois de tomar umas, correndo pela praia e gritando:

— Peixe-boi! Peixe-boi!

— Hein?

— Um peixe-boi no mar! Logo ali!

Corri para ver, né? Não é todo dia que a gente vê um peixe-boi numa praia que mal aparece peixe normal. Praticamente o pessoal todo do condomínio foi atrás, para ver o dito-cujo. Chegamos à beira da praia, todo mundo procurando de um lado pro outro do mar, até que meu primo aponta:

— Olha ali!

— Onde?

— Aquela coisa escura ali.

Meu tio entrou no mar, para ver mais de perto. Não era peixe-boi nenhum; era um bolo enorme de sargaço. Alga seca. Bêbado é uma merda mesmo.

Imagem daqui

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não dito

Fui dormir com aquilo na cabeça. Uma conversa pendente, um assunto inacabado, coisas que deveria ter dito e não disse por receio de não ser compreendida. Ou, até mais provável, preguiça de conflitos. Falta de paciência. Mas odeio coisas não ditas. Nunca deixo de dizer o que estou pensando, de deixar claro que não aprovei alguma insinuação. Porque acaba que depois o "não dito" me aperta a garganta e me impede de agir com naturalidade.
Às vezes, estou sendo apenas sensível demais; então, eu falo depois de pensar um pouco. Já me aborreci muito com sentimentos guardados, mágoas reprimidas, amizades penduradas. Até um dia explodir e dizer coisas piores que aquelas que não foram ditas. Magoa mais. Devasta mais.
Mesmo assim, fui dormir com aquilo na cabeça. Pensei que esqueceria, porque não costumo dar tanta importância ao que pensam pessoas que não são próximas, ao menos a longo prazo. Mas algumas importam. E incomoda. Algumas, de alguma maneira, importam tanto que causa revolta. Eu fui dormir com aquilo na cabeça. E não dormi.



"I want to tell you
My head is filled with things to say
Maybe you’d understand."

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Memories



"You and I have memories
Longer than the road that streches
Out ahead

You and me chasing paper
Standing so low
In the sun...
We're on our way home.
We're going home."


... Espero que ele esteja em casa agora.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

House M.D.

Estava tentando fazer um planejamento complicado de um caso de ortodontia, sem nenhum sucesso. Não vou entrar em detalhes muito técnicos, porque quase ninguém vai entender mesmo, mas, basicamente, estava tentando achar uma maneira, um aparelho ou uma modificação de aparelho para fazer determinado movimento dentário. E eu, revirando meus livros e revirando a internet, não encontrei nada. Estava já puxando os cabelos, quando resolvi deixar pra lá e entrar no GTalk, para conversar.
Eis que encontro a Helô:
—... Pois é, eu já tava ficando de saco cheio, sabe, aí vim aqui desestressar. Não tava aguentando mais.
E ela:
— Aí agora é a hora que eu digo qualquer besteira e você tem uma ideia genial pro seu problema, como em House. Eu sou seu Wilson!
Meu problema nunca foi a falta de amigos com senso de humor.