Baile de Máscaras

Quem é você?, diga logo

Que eu quero saber o seu jogo

Que eu quero morrer no seu bloco

Que eu quero arder no seu fogo

E o que é a blogosfera senão uma grande festa de carnaval? Um baile de máscaras, onde cada um esconde parte do rosto e revela o que acha que possa interessar ao resto do mundo. Máscaras coloridas, com diferentes layouts, desenhos, brilho, acessórios. Uma personalidade oculta por uma fantasia, seja de palhaço, de poeta, de artista, de fotógrafo ou de popular líder de torcida de colégio americano.

Como numa festa, passeamos por entre as fantasias, conhecendo cada uma, sendo encantado, sendo atraído, ou mesmo repelido. Uma máscara pode cair com o tempo, ou se pode trocar para outra. Ou até ter mais de uma. O que importa é a fantasia de ser outra pessoa, julgada apenas pelo que está sendo mostrado, vestido, pintado no rosto, pendurado na cabeça.

Então, começam as brincadeiras; ousadas, divertidas, diferente do que seria no mundo real. Como jamais seria no mundo real. Nele, há muito a se perder; enquanto no mundo da fantasia, por um erro, só se perde uma máscara. A vida continua intacta.

Deixa o dia raiar, que hoje eu sou

Da maneira que você me quer

O que você pedir, eu lhe dou

Seja você quem for, seja o que Deus quiser

Cinzas do Carnaval

É lindo ver o dia amanhecer

Com violões e pastorinhas mil

Gosto da poesia do carnaval. Daquela alegria inventada, que talvez nada signifique; mas que naquele momento significa tudo. Gosto das máscaras, das fantasias, das sombrinhas, do frevo. Dos pés doendo por mal terem tocado o chão. Gosto da tradição, da saudade, das mesmas dez músicas tocadas uma após a outra, sem parar. E dos amigos pulando ao seu redor.

Quando eu era pequena, era levada a bailinhos de carnaval. Até que cresci e vi o carnaval ser modernizado e transformado no que todo mundo acha que ele é: pessoas pulando atrás de um trio, trocando germes, usando drogas e caindo pelas ladeiras. Eu não me drogo, não beijo por esporte e até hoje nunca caí numa ladeira. E meu carnaval tradicional não tem trio, só troça de rua. Alguns dizem que isso não é se divertir. Bem, então todo ano estou lá, gritando todas as músicas, pulando como uma doida, sem me divertir nem um pouco.

O que pouca gente entende é que, para mim, o carnaval ainda é aquilo que eu via quando era pequena. É o frevo, o colorido, a alegria. É chorar a quarta-feira ingrata que chegou tão depressa. E saber que, no ano que vem, Recife e a bela Olinda estarão lá mais uma vez, esperando por nós.

Dizendo bem que o Recife tem

O carnaval melhor do meu Brasil

Meme Marisa Monte

Fiz esse meme há alguns anos, na época em que tinha um fotolog. Agora, vi no blog de Jéssica e deu vontade de fazer de novo. A regra é responder às seguintes questões com o nome de uma música do cantor/banda escolhido(a), de modo que ela represente sua resposta. Foi divertido fazer o meme de novo, agora com Marisa Monte:

1- És homem ou mulher? Rainha do Mar

2- Descreve-te: Statue of liberty

3- O que as pessoas acham de ti: Vai saber

4- Como descreves teu último relacionamento: Pétalas esquecidas

5- Descreve o momento atual de tua relação: Ando meio desligado

6- Onde querias estar agora: Cantinho escondido

7- O que pensas a respeito do amor? Dança da solidão

8- Como é tua vida? De mais ninguém

9- O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Grão de amor

10- Escreve uma frase sábia: "Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?"

Cada música acima compõe uma parte do quadro da minha vida, um desejo, uma lembrança. Engraçado como só a música é capaz de fazer isso. Tentem vocês também.

O tempo não passa

Num dia qualquer, olhei o relógio e percebi que o tempo não passava. Às vezes, você fica desejando que o tempo passe rápido e é nessas horas que ele parece se arrastar. Há também aquelas situações em que os ponteiros do relógio resolvem correr, como se tivessem pressa de acabar com nosso bom momento.

Nesse dia, eu estava no meu quarto, de pernas pro ar, sem fazer nada de especial. Não era nenhum momento específico e eu não estava esperando nada de extraordinário. A despeito disso, o tempo simplesmente se recusava a passar.

Foi quando percebi um silêncio estranho no aposento fechado. Faltava alguma coisa naquele ambiente tão familiar para mim. O tic tac do relógio, talvez?

A imagem acima é do meu relógio, agora com pilha.

Pão com barata

Estava ouvindo música, quando meu irmão passou pelo corredor com uma cara emburrada. Eu perguntei a ele o que a gente ia comer, já que ele voltava da cozinha:

— Nada, perdi a fome.

— Oxe, por quê? — Estranho. Essa é a hora do dia, ou melhor, da madrugada que ele tem mais fome.

— Uma barata.

— Barata? — Fiz uma careta de repulsa. — Mas barata aqui em cima? — Moramos praticamente nas nuvens. Barata aqui, só uma vez na vida e outra na morte. E, peraê, meu irmão não tem esse nojo todo de barata.

— É, no meu pão.

— No pão??

Tive ânsia de vômito. Como assim, uma barata andando pelo pacote dos pães que, a propósito, comi há pouco? Certo. Saiam da frente, vou vomitar agora mesmo. Mas, antes que acontecesse, ele continuou a explicar:

— É, eu tava encostado na parede, passando manteiga no pão de caixa, quando uma baratinha passou andando pela parede na minha frente. Sem pensar, meti o pão nela — e fez um barulho de pão com manteiga esmagando uma barata na parede. E gritou, encenando a compreensão tardia da merda que fez: — "Porra, meu pão!"

Bom... Meu irmão sempre teve uma imaginação meio insana para temperar comida. Mas nem morta viro cobaia, dessa vez.

Estranho dia pra se ter alegria

A noite está fresca, o calor deu uma trégua. O vento até resolveu se mexer. Estava aqui em casa ouvindo música e, de repente, sem motivo, me vejo sorrindo com... Sei lá! O fato é que eu não entendo por que carambolas eu estou feliz com tanta coisa ruim acontecendo de uma vez, nesse início de ano. Coisas no trabalho, contas e o escambau. Até que escuto um verso, numa música, que traduziu meus pensamentos:

"Que belo e estranho dia pra se ter alegria!"

Cheguei a acompanhar o resto da letra, cantando, e quase ri:

"E o governo decretou feriado amanhã no Brasil."

... Será que é pedir muito?

Trecho da música Belo Estranho Dia de Amanhã, de Lula Queiroga.

Lenda das Sereias

Dois de fevereiro é dia de Iemanjá. Daqui Do Fundo do Mar, não poderia deixar de fazer uma oferenda, mesmo que seja apenas uma música, pois a inspiração está fraca. Para prestigiar a Rainha do Mar.

Não gosto muito de colocar letra de música aqui, nunca fiz isso. Mas vocês me perdoam, não é? Gostaria só de jogar aqui uma flor imaginária (ou virtual, como quiserem) para Iemanjá. E peço apenas paz.