sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Resenha: O Nome da Rosa

Decidi ler O Nome da Rosa, de Umberto Eco, por causa do filme. Não porque eu vi o filme e achei legal, mas porque eu não queria assistir sem antes ter lido o livro, como fiz com Laranja Mecânica. Porque eu sabia que era um suspense meio Sherlock Holmes e eu não queria estragar a surpresa da resolução sabendo quem era o assassino antes de ler.

Então, eu acabei lendo. Demorei meses pra conseguir terminar. O livro é incrível, sem nenhuma dúvida; mas trabalhoso. Umberto Eco era um grande estudioso medieval, de linguística, especialista em semiótica, e apresenta para nós um cenário super detalhado, uma narrativa rica e vários trechos escritos em latim. E é aí que começa o nosso trabalho. Porque os trechos em latim são importantes para a história. Mas chego nisso depois.

A história se passa na Idade Média, numa abadia italiana que abrigava a maior biblioteca da cristandade. Os personagens são monges e outros membros da Igreja, sendo os protagonistas um velho monge franciscano, Guilherme de Baskerville, e seu "ajudante", um jovem monge chamado Adso. Sherlock Holmes (de Baker Street) e Watson respectivamente.

A trama principal são assassinatos em série e faz bem jus à comparação com Sherlock Holmes, uma homenagem que Umberto Eco fez a Conan Doyle. Só que o livro é cheio de camadas e, além da trama principal, ele abre espaço para discussões sobre as várias facções da Igreja Católica da época, sobre filosofia, sobre a hierarquia da Igreja, sobre os métodos da Inquisição, sobre política, sobre a própria Idade Média. E sobre a biblioteca e seus segredos.

Cena do filme "O Nome da Rosa"


Sobre as passagens em latim: e aí, precisa traduzir? Como eu disse, algumas passagens em latim são muito importantes para entender a história. E não tem nota de rodapé, não tem sempre explicação da frase depois. Se você ler pulando essas partes, vai acabar pulando páginas inteiras e perder o sentido do livro. E é por isso que eu chamei a leitura de trabalhosa. Você pode encontrar a tradução dos trechos em alguns sites, mas muitas vezes vai ter mesmo que colocar no Google Tradutor e traduzir à mão os trechos que não encontrar. Inclusive, a última frase do livro é um dessas frases em latim. Não é um spoiler, é só para dar uma ideia de como você precisa mesmo traduzir o negócio.

Já li algumas resenhas de leitores que me auxiliam sempre para tirar o melhor entendimento dos livros que eu leio e agora eu estou em busca do livro Pós-Escrito a O Nome da Rosa, também de Umberto Eco, onde ele faz algumas observações sobre o livro e o que ele esperava dele. Ainda não li, mas peguei a dica e resolvi compartilhar, já que estou resenhando o livro. Deve ter muita coisa interessante ali.

No final das contas, minha leitura do livro foi bastante satisfatória. É realmente um clássico. Recomendo.

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Item 10: Um livro clássico.
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E aí? Gostou da Resenha? Você leria o livro?
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Só para mim

A maneira de tocar com tanto sentimento — um sentimento real —, como se sentisse cada nota e não tivesse nenhuma vergonha delas. Como se tocasse sua própria verdade, independente do fato de que ninguém lhe oferecia a sua. Como não se importasse com as outras pessoas que estavam ouvindo, até porque ninguém ouvia. Não realmente.

Como se tocasse para ninguém.

Ou só para mim.

"Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand waving free 
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands 
With all memory and fate driven deep beneath the waves 
Let me forget about today until tomorrow 

Hey, Mr. Tambourine man, play a song for me 
I'm not sleepy and there is no place I'm going to"