quinta-feira, 2 de abril de 2015

Resenha: Erêndira

O título completo do livro é "A incrível e triste história da Cândida Erêndira e sua avó desalmada". Peguei esse livro para ler porque adoro Gabriel García Márquez e porque minha amiga Gaby me emprestou. Eu sabia apenas que era um livro de contos. Mas claro que ia ser bom, afinal era Gabriel García Márquez.

São sete contos, cada um com poucas páginas; apenas o último, o que dá nome ao livro, que é maiorzinho, com umas 50 páginas. Eu confesso que não gosto muito de livros de contos e olha... Eu adorei vários livros dele, acho que amo todos que eu li até agora, mas esse aqui é uma das coisas mais lindas que eu já li na vida. Os cenários são aqueles de sempre: algum lugar numa cidadezinha qualquer pobre e quente da América Latina. Alguns tinham praia, alguns eram só deserto; mas todos ilustravam uma realidade dura, miserável, com o seu povo pobre e triste. Alguns contos são perversos, outros engraçados, outros românticos, sarcásticos. Mas o que me fez ficar encantada com o livro é aquela coisa de sempre de Gabriel, só que melhor: o realismo fantástico quando aparece em forma de coisas belas, em meio a toda aquela pobreza e gente triste, sem esperança. É o cheiro de rosas no meio de uma cidade que cheirava mal; as flores que flutuavam no mar; um navio fantasma; um homem com asas; um defunto que era mais bonito que todos os vivos da cidade.

O meu conto preferido foi "O Mar do Tempo Perdido". Eu li e reli umas duas vezes no mesmo dia, uma atrás da outra. Mas todos têm suas peculiaridades, que fazem você sentir um carinho imenso pelo livro, daqueles que dá vontade de abraçar. Acho que só tinha sentido algo assim pelo Oceano no fim do caminho, de Gaiman. É um estilo bem diferente, não me entendam mal; mas os dois têm aquela parte de fantasia, a parte bonita que faz você sentir carinho pelo livro. Aquela parte que corta a realidade fria e transforma tudo em algo agradável de imaginar. E as palavras de Gabriel encantam demais; você fica querendo ler a mesma frase várias vezes, para não perder nada. É lindo demais. Só lendo para saber.

"No fundo do mar, há um povoado de casinhas brancas com milhões de flores nos terraços."

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Essa é uma resenha para o mês de abril do Desafio Literário do Tigre de 2015, do blog da Tadsh: um livro emprestado. Para saber mais sobre o desafio, entre na fanpage ou saiba mais no blog.

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