Tenho uma amiga que é psicóloga. A parte chata de se ter uma amiga psicóloga é que ela tem o péssimo hábito de analisar todas as suas ações, suas manias e até sua TPM. Outro dia mesmo, fui contar a ela sobre uma briga que tive com meu ex, na época que ainda namorávamos.
— Então, você ficou com raiva dele?
— Eu fiquei chateada. Você sabe, eu detesto essa coisa de ciúme, ainda mais sem sentido.
— Mas será que foi mesmo sem sentido?
— Eu estava abraçando um amigo, Amanda, francamente. Marcelo nem quis saber se era aniversário dele nem nada.
— Mas foi que tipo de abraço?
— Como assim que tipo? Um abraço normal.
— Mas foi tipo forte, rosto colado, levantando do chão, rodopiando?
— Han… Não, foi só um abraço.
— Hum! Logo vi.
— Viu o quê?
— Abraço contido. Mau sinal.
— Mau sinal? Como assim?
— Você não está apaixonada por Marcelo, você gosta mesmo é do seu amigo. Por isso o abraço de aniversário foi tão formal.
— O quê? Tá variando, Amanda?
— Isso é psicologia, cara Júlia.
— É? Quer dizer que, se eu o abraçasse com força, isso significaria que eu não estou nem aí pra ele?
— Não, significaria que você gosta dele e deixa claro o que quer.
— Então, nas duas alternativas, eu sou apaixonada pelo meu amigo.
— É, por aí.
E ela não sabe por que eu reclamo tanto. Diz que é consulta grátis.
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