quarta-feira, 25 de março de 2009

Amiga Psicóloga

Tenho uma amiga que é psicóloga. A parte chata de se ter uma amiga psicóloga é que ela tem o péssimo hábito de analisar todas as suas ações, suas manias e até sua TPM. Outro dia mesmo, fui contar a ela sobre uma briga que tive com meu ex, na época que ainda namorávamos.

— Então, você ficou com raiva dele?

— Eu fiquei chateada. Você sabe, eu detesto essa coisa de ciúme, ainda mais sem sentido.

— Mas será que foi mesmo sem sentido?

— Eu estava abraçando um amigo, Amanda, francamente. Marcelo nem quis saber se era aniversário dele nem nada.

— Mas foi que tipo de abraço?

— Como assim que tipo? Um abraço normal.

— Mas foi tipo forte, rosto colado, levantando do chão, rodopiando?

— Han… Não, foi só um abraço.

— Hum! Logo vi.

— Viu o quê?

— Abraço contido. Mau sinal.

— Mau sinal? Como assim?

— Você não está apaixonada por Marcelo, você gosta mesmo é do seu amigo. Por isso o abraço de aniversário foi tão formal.

— O quê? Tá variando, Amanda?

— Isso é psicologia, cara Júlia.

— É? Quer dizer que, se eu o abraçasse com força, isso significaria que eu não estou nem aí pra ele?

— Não, significaria que você gosta dele e deixa claro o que quer.

— Então, nas duas alternativas, eu sou apaixonada pelo meu amigo.

— É, por aí.

E ela não sabe por que eu reclamo tanto. Diz que é consulta grátis.

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