terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sobre Viver

A roseira da minha janela era linda, alegre, cheia de vida. Despertava cedinho, logo ao amanhecer, as folhas verdinhas saudando o sol. Pouco mais tarde, eu acordava e regava a planta com água, que sempre deixava à minha cabeceira. Era o meu bom-dia, a primeira alegria das manhãs, contemplar minha bela e vistosa roseira.

Certo dia, viajei e deixei meu irmão encarregado de regá-la. Quando retornei, as folhas estavam todas secas e as rosas murchas. Minha roseira parecia haver perdido a vontade de viver. Talvez já nem vivesse mais. Meu coração apertou. Esqueci até da satisfação que a "volta ao lar" sempre me traz.

Sem pena, cortei as folhas secas, todas as folhas, e deixei só os frágeis galhinhos verdes, tremelicando como que com frio. Coloquei água até escorrer pelo jarro e adubei o solo. Nada mais podia fazer, a não ser esperar.


A roseira, uma semana depois:

Será que foi minha esperança que lhe devolveu a vida?


* Não poderia esquecer de fazer uma pequena homenagem ao meu amigo ZeH, dos Titaníticos e Semi Ironia, por seu aniversário. Feliz aniversário, ZeH!

* Não perca a continuação do projeto Palavras de Papel.

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