segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Amor: Jane Eyre

Pela primeira vez na vida, eu chorei com um livro. OK, até fiquei bem triste com o 5º e o 6º Harry Potter, mas não cheguei a choraaar de verdade com nenhum dos dois. Mas o que aconteceu com Jane Eyre, de Charlotte Brontë, foi inusitado. Inusitado porque: 1) Eu já sabia a história inteira por ter lido várias resenhas; 2) Eu já tinha visto umas duas adaptações pro cinema, uma delas protagonizada por Mia Wasikowska e Michael Fassbender (♡♡). Também já ouvi falar de uma série de televisão da BBC e pretendo ver logo que encontrar, dizem que é a melhor adaptação. Escolhi este livro pro Desafio do mês de outubro porque foi o único romance que me interessou ler, nesses últimos tempos. Love is not in the air.

O livro conta a história da personagem que dá nome ao livro, Jane Eyre, uma órfã que foi criada na casa da tia e, posteriormente, mandada a uma escola para meninas. A vida toda, ela passou por várias provações e privações, inclusive fome e frio, pois era uma escola de caridade e não havia comida, agasalho e fogo suficientes para todo mundo. Depois de seu período de escola, ela vira professora e decide ir para uma casa de família trabalhar como governanta, quando ela conhece o amor da sua vida, seu patrão, Edward Rochester.

Para a época, Charlotte Brontë criou uma história revolucionária. A gente pensa que vai ler algo de um feminismo mais sutil, como nos livros de Jane Austen, mas se depara com uma mulher em busca da sua liberdade de ideias e financeira. Jane Eyre nunca quis nada além de poder se sustentar e viver a vida como desejasse, sem homens lhe dizendo como pensar e como agir. Isso fica claro desde o começo do livro, mas esse fato fica gritante mais pro final. Há quem diga que o livro não é exatamente um romance. Eu concordo. Está cheio de elementos de drama, suspense e algo de sobrenatural. Houve uma hora em que eu pensei que veria algo como em O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights), obra escrita por outra irmã Brontë, Emily. Ambos romances vitorianos. É interessante ver os elementos góticos, presentes nos dois, muito mais evidentes no romance de Emily. Mas ainda presentes em Jane Eyre.

Charlotte escreveu neste romance muitas das coisas que viveu, de ser aluna de um colégio de caridade, de ter sido professora e de ter sofrido privações. E também colocou nele seus pensamentos, sua coragem e seu feminismo. O livro foi publicado inicialmente com um pseudônimo masculino e ela só assumiu a maternidade dele depois. E recebeu muitas críticas por isso.

Aí me perguntam se eu indicaria a leitura. Indico para aqueles que conseguem ler considerando as influências históricas do livro, o papel que ele teve numa geração e até mesmo na vida da autora. Porque, primeiramente, é um romance romântico, daqueles bem melosos. Eu gosto do estilo, mas conheço gente que não conseguiria ler. Então, vale para entender uma época, juntamente com uma maneira de se pensar e costumes diferentes. Eu acho válido e eu adorei a experiência.

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Esta é uma resenha para o Desafio Literário do Tigre 2014, do blog da Tadsh. O tema de Outubro é "Amor": ler e resenhar um livro que conte uma história de amor. Para saber mais sobre o desafio, entre na fanpage ou saiba mais no blog.

Um comentário:

Samy disse...

Esse é um dos meus livros favoritos! Amo a personagem! Preciso assistir às adaptações, principalmente da BCC. Eles são sensacionais com essas adaptações (vide às de Jane Austen que são muito melhores que os filmes).
Ótima resenh! ;)
Samara - www.infinitoslivros.com