quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Não-texto

Disse que escreveria um livro se saísse dessa viva. Como ainda não saí, também não deixei essa vida, fica este texto. Talvez sirva para dizer o que não precisa ser dito, a alguém que não mais leria, de uma maneira que não se fará entendível. Então este, além de um texto, termina sendo um não-texto. Porque nunca vou conseguir explicar nem a mim mesma.

O meu maior problema é que preciso entender que não preciso entender tudo. As coisas acontecem, as pessoas fazem coisas; nem sempre fazem sentido. Nem sempre precisam fazer. Sentimentos não são preto no branco, nem sempre as pessoas agem como todo mundo age. Ou como a gente espera. Só que nunca se acha que tudo o que a gente aprendeu na vida é tão diferente do que se passa na cabeça de outra pessoa. Não era para ser tão confuso, ou tão extraterrestre. Gostaria de poder explicar o inexplicável. Mas nada me é dado para concluir meu raciocínio. Não tenho nada. Nunca tive.

Então, fico aqui, no meu não-texto, explicando o nada, sem explicar nada. Mas precisando tocar a minha vida. Então, mandei tudo à merda. Entre me decidir a tocar para frente ou para trás, eternamente, fiquei com tocar para frente. Agora, sem medo e sem desculpas. O máximo que pode acontecer é ter que voltar depois para o mesmo ponto de partida. De onde nunca saí.

 
"Deixa tudo o que eu não disse mas você sabia 
Deixa o que você calou e eu tanto precisava 
Deixa o que era inexistente, mas pensei que havia 
Deixa tudo o que eu pedia, mas pensei que dava"

Imagem: GettyImages

2 comentários:

Marcelo disse...

Fiz um comentário e nem sei se foi...

Marina disse...

Não foi =(