terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Julgando pela capa: Bonsai

Eis que fui à livraria, a fim de escolher um livro pela capa, de acordo com a regra do Desafio deste mês. Achei que seria fácil, que era só pegar um livro de capa bonita, criativa, apresentável, e levar pra casa, mas... não consegui. Sei lá, achava um livro de capa bonita, aí lia a sinopse, achava meio nhé e pensava na possibilidade de estar em casa lendo e querer jogar o livro na parede. Passei uma hora só nisso. Foi quando encontrei uma bancada da Cosac Naify, com suas edições lindas de morrer, em promoção. E quis levar tudo. Depois de muita dúvida, muxoxo e palpite do namorado, acabei comprando dois: um só pela capa e outro pela capa e pelos autores. O segundo, achei que não valia para o desafio, então fiquemos com o primeiro.


O livro do desafio deste mês se chama Bonsai. Escolhi este porque a capa não só é linda, como é muito interessante (tem uma marcação pontilhada para você cortar o livro, mas claro que não cortei, antes que venham me xingar) e se torna ainda mais depois que você vai entendendo o livro. É a história de Emilia e Julio; a história do amor deles. Uma história sobre início e fim.

Como é dito no prefácio, "O que acontece é que tudo em Bonsai passa pela literatura". Emilia e Julio são dois jovens estudantes de letras que gostam de ler trechos de livros antes de fazerem sexo (ou 'trepar', como ela prefere chamar), porque achavam que sempre havia algo nos livros que seria inspirador o suficiente. Essa é a parte leve do livro. O fim da relação dá início à parte densa, a parte perdida, que acaba encontrando o final. E até o final passa pela literatura.

Foi uma experiência diferente procurar um livro pela capa, sem conhecer o autor (o chileno Alejandro Zambra, muito bom; inclusive já comecei a catar outros livros dele), e encontrar uma leitura interessante. Gostei bastante das metáforas, do caráter literário, dos personagens, do enredo, do final. A capa sozinha já é um show à parte, como o vaso de um bonsai. O livro é minúsculo, com menos de cem páginas e sem muitos floreios; a história, editada de modo a permanecer pequena, sem sair explorando cenários e personagens secundários. E toda a diagramação é feita de modo a poder tornar o livro uma árvore, que teria de ser podada, moldada e arranjada num belo vaso.

"Um bonsai consta de dois elementos: a árvore viva e o recipiente. [...] A seleção do vaso apropriado para uma árvore é, por si só, quase uma forma de arte."


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Esta é uma resenha para o Desafio Literário do Tigre 2014, do blog Elvis Costello Gritou Meu Nome. O tema de Fevereiro é "Julgando pela capa": escolher um livro levando em conta somente a capa, ler e resenhar. Para saber mais sobre o desafio, entre na fanpage ou saiba mais no blog.

2 comentários:

Thamires disse...

É difícil a Cosac não acertar em cheio nas edições, né? Eu estou já há algum tempo já com vontade de ler esse livro e foi só lendo esse seu texto que eu descobri que, na verdade, não sabia nada sobre ele: acho que fiquei com vontade de ler só pela capa e pelo projeto gráfico mesmo. Olha a loucura!
Mas a história parece valer a pena também, fiquei animada!

Marina disse...

A mesma loucura que eu, Thamires. Hahaha! Espero que você também goste do livro tanto quanto eu.