(Primeira parte aqui.)
Carnaval é época de cantadas; das melhores àquelas bem ruins:
— Oi! Olha, eu não quero ficar com você hoje, tá? Só amanhã.
— Então, até amanhã!
— Oi, gata.
— Oi. — Ela aponta pro braço dele, que está com um band-aid. — O que é isso?
— Uma feridinha. — Ele aponta pros seios dela. — E o que é isso?
— Rapaz, se você não sabe, você tá fodido.
— Com licença.
— Sim?
— É que estou meio perdido. Esse lugar não tem nenhuma sinalização, a gente não tem idéia de pra onde vai ou por onde volta... E depois que toma umas, já viu, né.
— Verdade.
— Então, você pode me dar uma informação?
— Claro.
— Qual é o seu nome?
Devido a um calo inesperado, minha amiga acabou tendo que comprar um rolo de esparadrapo. Depois de usado somente no calo, o dito-cujo acabou por ficar passando de mão em mão, sem que ninguém quisesse segurá-lo durante as subidas e descidas das ladeiras. Eis que um amigo meu encontra a solução perfeita: um menino de uns dez anos, vendendo cerveja.
— Ei, boy! Troca uma cerveja nesse esparadrapo aqui? Tá novinho, só tem uma volta usada.
O garoto não respondeu, mas a cara dele foi impagável.
Mais uma vez no taxi, desta vez depois da folia. Fome do cão. Bêbado ensinando o caminho:
— Ei, moço, tem alguma comida aí na mala, pra gente?
— Rapaz, até uma hora atrás tinha uma jaca.
— Sério, uma jaca? Que ducarai! Pega lá pra gente!
— Não dá, deixei na casa da sogra.
O bêbado pegou ar:
— Porra, moço! Casa da sogra? Me estressei com o senhor. Fale mais comigo não.
— Sim, qual é o caminho mesmo?
— É na próxima rua à esquerda, mas fale mais comigo não.
O mesmo bêbado, depois da corrida:
— E aí, o senhor aceita pagamento em cerveja?
— Não, desculpe. Só dinheiro.
— Dez reais dá, o quê, três cervejas? Dou quatro e fica tudo certo.
— É que estou dirigindo, sabe como é.
— Olhe, eu prometo que esqueço até da minha jaca, que o senhor deu pra sogra.
No carnaval, sempre há muitas pessoas vestidas com fantasias diversas. E pessoas sem fantasia também; como um senhor, que estava de camiseta regata e tinha pêlos nos ombros estilo Tony Ramos, só que bem mais comprido. Do tipo que daria para fazer tranças.
— Aquele ali tá vestido de homem-velcro.
— Mas daqueles velcros bem gastos, né?
10 comentários:
Histórias de carnaval costumam ser mt boas (e divertidas). Pena q nesse eu estava tão ocupado (mudança, provas, etc). Quem sabe no próximo. Te pensando em passar um no nordeste. Tem algum lugar pra recomendar? hehehe
Beijão, e prometo voltar a comentar com maior assiduidade ;-)
Homem-Velcro???
Ok... Farei de conta que entendi.
E, caramba pra que dar a jaca pra sogra? Maldade mesmo...
Escrevendo com humor e sutileza :D
a minha melhor foi:
"aqui é melhor que lá, sabia?"
e colou visse?
to te seguindo!
xx
*.*
e são certas coisas que só o carnaval proporciona,não?! enfim ,bela.
abraço !
Tão boas quanto as primeiras! auhauhauha
Que gostoso, ter histórias pra contar! - Queria que o carnaval aqui fosse como aí!
Beijo, Má!
A dos seios e a do esparadrapo foram impagáveis, ê Carnaval....
Grande abraço.
Voltarei mais vezes para ler histórias.
Ou pra com(plem)entar alguma.
Ah, tuas histórias de carnaval são ótimas! Chego a ficar rindo sozinho aqui...
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