quarta-feira, 26 de maio de 2010

For no more farewell

Há não muito tempo, o vi sofrer como nunca antes. E o sofrimento dele doeu em mim como uma dor física, como um punhal atravessando meu peito, como um nó na garganta impedindo a voz de sair. Naquele dia, pensei que, se pudesse, roubaria todas as dores dele só para não vê-lo daquele jeito nunca mais. Só para vê-lo fazer as mesmas brincadeiras de antes. Só para vê-lo sorrir outra vez.

Esperei dias por aquele sorriso. Várias vezes tentei provocá-lo, sem muito sucesso. Conseguia, por vezes, um riso pela metade, uma semigargalhada, mas não aquela sincera e contagiante. Não havia mais as risadas no almoço ou as chateações na hora do jantar. Ou a "xepa" da madrugada. Uma das minhas alegrias havia sumido sem deixar pistas. Achei que talvez ele houvesse finalmente crescido e que, então, nunca mais sorriria daquela maneira.

O tempo foi passando e as feridas cicatrizando. Algo mudou, claro, algo sempre muda. A tristeza ainda não foi embora. Talvez nunca se vá. Mas ele continua com aquele jeito divertido e imaturo de fazer piada até quando não é necessário. Foi um período de sombras, difícil. Mas ele ainda sorri como antes. E eu também.

"Staring up to the clouds above
Children - so little and sad...
Brother, tell me where have you been"

Imagem: stock.xchng

9 comentários:

µαri µαtos disse...

=}
Não é raro eu sentir cada palavra!

=***

Barbarella disse...

Tudo na vida passa...

me identifiquei com seu texto, que aliás também achei lindo.

bjos

Marcelo disse...

Lembro que quando eu era apenas um menino todos me chamavam de "menino introspectivo".
Raramente sorria, raramente brincava...
Acho que já nasci crescido.

Bruno Portella disse...

Bonito. Triste. Bonito. Você é linda, Marina. Quero ser seu irmão também, haha.

George Marques disse...

Let go and move on. Tudo passa.

Eduardo Trindade disse...

A vida é feita de momentos, não. E nós mudamos... Mudamos às vezes definitivamente, mudamos outra vezes para continuarmos sendo os mesmos.

Ygo disse...

Se eu um dia escrever como vc Mary, tah ótimo. ^^'

=***

Jéssica Alves disse...

Quando eu digo que gosto dos seus textos é porque, além de me comover ou me divertir, você é campeã na boa escrita. OMG. *____*

Tava triste até chegar no final do texto. Todo mundo tem seus momentos ruins, mas nem todos conseguem seguir em frente. Que bom que mesmo triste (o que acho completamente natural) ele ainda consegue sorrir e divertir as pessoas ao redor.

Beijos, M.
;)

Rounds disse...

que bom, então.

bj